Em Abril, há “chuva” de meteoros mas os olhos viram-se para constelação de Leão

Na mitologia grega, este era o Leão da Nemeia, associado ao primeiro dos doze trabalhos de Hércules

Este mês, ver planetas não será tarefa fácil.

Vénus, Marte e Saturno estão visíveis ao amanhecer, mas muito baixos no horizonte e só nascem já com a alvorada a decorrer, pelo que a luz do Sol vai dificultar a sua observação.

Vénus, que se aproxima cada vez mais do Sol, no céu, já praticamente desapareceu. Quanto a Marte e Saturno, ainda nascem por volta das 6 da manhã no início do mês, mas já se veem por volta das 5 no fim do mês.

Já o planeta Júpiter ainda se vê ao anoitecer, mais ou menos na direção do pôr-do-Sol. No entanto, ao longo deste mês, vai nascendo cada vez mais baixo, pelo que se vê durante cada vez menos tempo. No dia 30, só se vê durante cerca de meia-hora, passando rapidamente abaixo do horizonte.

Logo no começo de Abril, houve um desafio de observação – uma reunião cósmica ao amanhecer do dia 6. Por volta das 06h15 e até ao nascer do Sol (que ocorreu pouco tempo depois), quem tivesse o horizonte completamente desimpedido virado a Este, pôde observar um pequeno triângulo (praticamente) equilátero, composto pelos planetas Saturno, Marte e por um fino minguante da Lua, com a distância entre cada um dos astros a rondar os 3 graus. Para referência, à distância de um braço estendido, o dedo mindinho ocupa cerca de 1 grau no céu.

Infelizmente, esta conjunção só estará visível já com a alvorada a decorrer, pelo que a luz do Sol vai dificultar bastante a observação de Marte e Saturno. Para dificultar ainda mais, os três astros estão muito perto do horizonte – a nossa Lua estará cerca de 2 graus acima do horizonte, Saturno a cerca de 3 graus e Marte a cerca de 4,5 graus. Como o Sol nasce por volta das 07h10, os planetas só estarão visíveis durante meia-hora, ou até menos tempo.

 

 

Dia 8, o nosso satélite atinge a fase de lua nova. Dia 10, um muito fino crescente da Lua passa a 3 graus de Júpiter, ao anoitecer. No dia seguinte, os planetas Marte e Saturno estarão em conjunção, separados por apenas meio grau!

No dia 15, a Lua atinge o quarto crescente.

No dia 22, ocorre o pico da “chuva” de meteoros das Líridas. A “chuva” deve o seu nome à constelação da Lira, onde está situado o radiante (ponto de onde parecem emanar todos os meteoros). Esta constelação nasce por volta das 22h00.

Mas apesar desta “chuva”, resultante da passagem da Terra pelo rasto do cometa C/1861 G1 (Thatcher), produzir vários meteoros com rastos brilhantes e visíveis durante vários segundos, este ano a observação será pouco favorável, pois a lua estará praticamente cheia.

No dia 23, ocorre a lua cheia.

A fechar o mês, no dia 30, a constelação do Leão está a passar a Sul, bem alta no céu, mesmo ao anoitecer. Na mitologia grega, este era o Leão da Nemeia, associado ao primeiro dos doze trabalhos de Hércules. Este leão aterrorizava a população de Nemeia e como tinha o couro impenetrável, ninguém o conseguia deter. Hércules não teve melhor sucesso com as suas armas, tendo acabado por matar o animal por estrangulamento. Julga-se ser esta uma das origens possíveis para o nome do golpe de estrangulamento de artes marciais conhecido como “mata-leão”.

Boas observações!

 



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