Cancelamento de voo direto Faro-Nova Iorque é «má notícia» mas não há que «atirar a toalha ao chão»

André Gomes e Hélder Martins consideram que, mesmo sem voo direto, o mercado norte-americano continuará a crescer em 2024

É «uma pena» e uma «má notícia», mas nem por isso é razão para «atirar a toalha ao chão» e, muito menos, para afrouxar a aposta num mercado «muito importante». Esta é a opinião partilhada tanto pelo presidente do Turismo do Algarve, como pelo responsável máximo pela AHETA, a principal associação de hoteleiros algarvia, em reação ao cancelamento do voo direto entre Faro e Nova Iorque, este Verão.

A nova ligação, anunciada em Outubro e que estava gerar grande expetativa, deveria começar a 24 de Maio e durar até ao final do Verão. No entanto, soube-se agora que a United Airlines, a empresa que irá operar este voo, decidiu cancelar a operação este ano e adiar para 2025 o início da nova rota direta entre o Algarve e os Estados Unidos da América.

Apesar de «ainda não haver confirmação oficial por parte da United», André Gomes, presidente da Região de Turismo do Algarve e da ATA -Associação Turismo Algarve, admite que a anunciada operação já não vai arrancar este ano.

«Mas isto não altera em nada a nossa estratégia em relação a um mercado cuja importância é evidente e que cresceu 70% desde a pandemia», enquadrou.

 

André Gomes – Foto: Nuno Costa | Sul Informação

 

Também Hélder Martins, presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve, se recusa «a atirar a toalha ao chão», até porque o interesse das pessoas dos dois lados do Oceano Atlântico nesta ligação é notório.

«É uma pena e uma má notícia para mais tendo em conta que, segundo a informação que eu tinha, as vendas estavam a correr muito bem», considerou.

É que não foi uma questão comercial que motivou este adiamento, mas sim o facto de a United Airlines estar a ser alvo de uma auditoria pela entidade reguladora federal, devido a questões de segurança detetadas em aviões da companhia aérea.

Do lado do Turismo do Algarve, mesmo com este adiamento, as ações promocionais dirigidas ao mercado norte-americano que estavam previstas manter-se-ão.

«Temos 15 ações previstas para 2024, direcionadas ao mercado norte-americano, e tencionamos realizá-las a todas. Vamos manter a estratégia tal e qual a delineámos. Continua a ser um mercado estratégico, com um enorme potencial», assegurou André Gomes.

 

Hélder Martins – Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

Afinal, apesar do cancelamento, a United Airlines está a oferecer alternativas aqueles que já tinham adquirido bilhete, para viajar entre Faro e Nova Iorque, ainda que com escala, em conjunto com companhias parceiras da Europa, entre as quais a TAP.

Por outro lado, há o voo direto entre Toronto, no Canadá, e Faro, operado pela Air Transat, bem como a ligação direta entre o Algarve e Ponta Delgada, operada pela SATA, companhia açoriana que liga esta ilha a «vários pontos dos Estados Unidos».

Hélder Martins, apesar de tudo, acredita que este adiamento do início do voo direto levará a que haja menos turistas americanos no Algarve do que o esperado, este Verão, ainda que não tenha dúvidas de que «o mercado vai continuar a crescer», independentemente desta contrariedade.

«Podem não vir diretamente, mas virão à mesma. Vamos manter o investimento, pensado para três anos. Não vamos ter o voo em 2024, 2025 e 2026, teremos em 2025, 2026 e 2027», concluiu André Gomes.

 

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