Após ano turístico de 2023 «extremamente positivo», o Algarve já pensa em 2024

Nova rota para os Estados Unidos abrirá via direta para um mercado que é «muito importante» para a região

Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

Novas rotas aéreas, entre as quais uma ligação direta para os Estados Unidos, elevados níveis de ocupação e recorde à vista no número de passageiros no Aeroporto de Faro são alguns dos indicadores que estão a fazer de 2023 um ano turístico «extremamente positivo».

Esta foi uma das mensagens passadas na reunião de trabalho “Análise do Ano Turístico – Expetativas e Estratégias para 2024”, que a Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA) promoveu na semana passada, nas suas instalações, em Albufeira.

Na sessão, que juntou muitos empresários do Algarve, mas também responsáveis de entidades públicas e um membro do Governo, o secretário de Estado do Turismo Nuno Fazenda, foi feito um balanço do ano turístico de 2023, mas também projetado o futuro.

No que toca ao desempenho do turismo do Algarve, «podemos dizer que, regra geral, estamos a conquistar a nossa posição, estamos a aumentar resultados e estamos a aumentar preços. Também espero que estejamos a aumentar a qualidade na mesma percentagem que estamos a aumentar os preços», disse ao Sul Informação Hélder Martins, presidente da AHETA, à margem da reunião.

«O balanço [do ano turístico] é extremamente positivo, como já tenho tido oportunidade de referir noutras ocasiões. Apesar dos balanços só se fazerem no final do ano, temos já nove meses que nos permitem verificar que, de facto, estamos a crescer em todos os níveis relativamente ao ano passado», afirmou, por seu lado, André Gomes, presidente da Região de Turismo do Algarve, que marcou presença no evento.

«Em muitos dos indicadores, também estamos a crescer relativamente a 2019. Aqueles onde não estamos a crescer, estamos em linha. Isto só vem demonstrar o potencial de crescimento que esta região tem demonstrado e a consolidação que tem tido, em termos do mercado internacional, tendo em conta a procura de turistas, mas também as novas conexões aéreas, para novos destinos, para novos mercados emissores, que estamos a conseguir captar», acrescentou.

Sem esconder que «há sempre lições a tirar de todos os desempenhos», o responsável pelo Turismo do Algarve referiu que um dos fenómenos que ficou patente foi o da mudança de comportamento dos turistas portugueses.

«Tivemos um mercado nacional a visitar a região mais fora daquilo que é a época alta e até mais vezes durante o ano. O mercado nacional acabou por se deslocar para a região mais do que uma vez no ano e isso refletiu-se claramente nas taxas que estamos a ter quer na shoulder season [época intermédia], quer na época baixa».

Entre Janeiro e Maio, lembra André Gomes, o Algarve chegou a ter «meses com crescimentos de dois dígitos relativamente ao mercado nacional». Por outro lado, a região continua a ser «o principal destino de férias por parte dos portugueses».

«Acho perfeitamente compreensível  que, sendo o período de Verão o com férias mais alargadas, alguns portugueses tenham decidido revisitar alguns destinos que já visitavam antes da pandemia, agora que se encontram plenamente seguros, como o nosso destino demonstrou logo no período imediatamente pós-pandemia», acrescentou.

Pensando já o futuro próximo, tanto André Gomes, como Hélder Martins, frisaram o voo direto para Nova Iorque, nos Estados Unidos, que se vai iniciar em 2024 e consideram ser uma vitória para a região.

«As prioridades da AHETA são as parcerias que há com a Região de Turismo, com a ATA e com o Aeroporto, para captar novas rotas e conseguir cimentar estas rotas que estão agora em cima da mesa, como a dos Estados Unidos, que é um mercado fundamental, mas que tem de ser acompanhado por uma qualificação do turismo», defendeu Hélder Martins.

Lembrando que «a taxa turística está aí a entrar» e que um dos argumentos usados pelos autarcas para a implementar foi a melhoria das condições do espaço e serviços públicos, a pensar também em quem visita a região, o presidente da associação empresarial algarvia disse que «é bom que isso seja feito, porque o cliente americano é diferente de outros que nós temos».

«É um cliente que exige oferta cultural e qualidade no destino. E se nós, com este esforço que foi de todos, conseguimos garantir o voo direto, se as coisas não correrem bem, eles desviam a rota de um momento para o outro», avisou.

«Foi muito difícil, trabalhou-se anos para isso, mas conseguiu-se. Agora, o mais difícil é manter esta rota e incrementar, como se fez com o Canadá. E, além do voo para os Estados Unidos, há também a ligação direta aos Açores, que também permite trazer canadianos e americanos.», reforçou.

André Gomes realçou «o potencial de crescimento enorme» do mercado norte-americano, que «vai continuar a ser uma forte aposta».

«O primeiro passo é conseguir as rotas. O segundo é estruturarmos a nossa oferta com um nível de qualidade que realmente faça com que esses turistas venham para a região e consolidar as rotas em si, até inclusivamente estendendo-as em termos de período em que elas decorrem», concluiu o presidente do Turismo do Algarve.

 

 

 

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