Casos de tuberculose diminuem nos últimos seis anos em Portugal

Apesar disso, Portugal «mantém-se como um dos países europeus com incidência acima dos 10 casos por 100 mil habitantes»

O decréscimo da taxa de incidência de tuberculose em Portugal manteve-se em 2022, situando-se nos 13,4 casos por 100 mil habitantes, «uma redução que tem sido consistente nos últimos seis anos», anunciou hoje a Direção-Geral de Saúde.

Apesar disso, Portugal «mantém-se como um dos países europeus com incidência acima dos 10 casos por 100 mil habitantes», segundo os dados do mais recente Relatório de Vigilância e Monitorização da Tuberculose em Portugal, publicado pelo Programa Nacional para a Tuberculose (PNT) da Direção-Geral da Saúde (DGS).

A região de Lisboa e Vale do Tejo e a região Norte mantêm-se como as que registam maior incidência, com 17,8 e 15,8 casos por 100 mil habitantes, respetivamente.

Os homens continuam a ser mais afetados do que as mulheres (65,7% do total de casos notificados em 2022), especialmente na idade adulta.

Em 2022, 3,3% do total de casos ocorreram em crianças e adolescentes com idade inferior a 15 anos. A taxa de incidência no grupo etário de crianças dos 0 aos 5 anos foi de 6,1 casos por 100 mil crianças.

A população imigrante mantém-se como uma população em situação de maior vulnerabilidade, verificando-se um aumento na proporção de casos, em comparação com 2021 (30,1% em 2022, face a 25,9% em 2021).

O número de dias até ao diagnóstico manteve-se elevado em 2022 (82 dias), embora com redução em relação ao valor de 2021 (86 dias).

A DGS, através do PNT, aponta a «necessidade de acelerar a redução percentual anual para alcançar as metas internacionais de redução 2015-2035, de 95% no número de mortes relacionadas com a tuberculose e em 90% da taxa de incidência de tuberculose».

A garantia de cobertura universal de saúde para a tuberculose, com cuidados de saúde de qualidade, integrados e centrados no doente, assim como o reforço de estratégias que promovam o diagnóstico precoce de tuberculose e o rastreio sistemático de contactos e de grupos em maior risco, são as prioridades de intervenção, salienta a DGS.

Neste sentido, a DGS, em conjunto com as entidades do Serviço Nacional de Saúde, apresenta esta sexta-feira, em Lisboa, o seu documento orientador de reorganização dos Centros de Diagnóstico Pneumológico.

O PNT/DGS assume como «estratégias prioritárias concentrar doentes graves e complexos em consultas de tuberculose de referência, melhorando o prognóstico e reduzindo a morbilidade e mortalidade».

Incluem-se ainda como estratégias «a promoção de ações de formação em tuberculose dirigidas às comunidades e profissionais de saúde, e da articulação entre os diferentes níveis de cuidados de saúde – saúde pública, cuidados de saúde primários e cuidados hospitalares – para melhor eficácia e respeito pelo cidadão envolvido», conclui a DGS.

O Dia Mundial da Tuberculose assinala-se no domingo próximo, 24 de Março.

 

 



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