Presidentes de Câmara do PSD algarvios recusam aumentar preço da água

Rogério Bacalhau, Francisco Amaral e José Carlos Rolo consideram que aumento «constituiria uma injusta e injustificada decisão para com os munícipes que representam»

Os três presidentes de Câmara eleitos pelo PSD no Algarve mostraram-se hoje «indisponíveis para aumentar o preço da água», na sequência do previsto agravamento do tarifário anunciado pelo socialista António Pina, presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), na semana passada, anunciou o PSD Algarve, num comunicado.

Além da indisponibilidade demonstrada por Rogério Bacalhau, Francisco Amaral e José Carlos Rolo, presidentes das Câmaras de Faro, Castro Marim e Albufeira, respetivamente, os social-democratas algarvios vão «apresentar moções nas reuniões de Câmara e Assembleias Municipais dos 16 concelhos do Algarve, a rejeitar liminarmente a punição dos algarvios pela falta de soluções da última década nas questões da água», disse ao Sul Informação Cristóvão Norte, presidente do PSD/Algarve.

Estas quarta-feira, os presidentes das três Câmaras “laranja” do Algarve, «confrontados com a exigência por parte do Governo de revisão das tarifas de abastecimento de água em baixa, tornam público que estão indisponíveis para aumentar o preço da água”, lê-se no comunicado.

Os autarcas consideram que, a acontecer o aumento do preço da água entre 15 e 50% para o consumo urbano, a aplicar a partir do segundo escalão, isso «constituiria uma injusta e injustificada decisão para com os munícipes que representam».

Segundo Rogério Bacalhau, Francisco Amaral e José Carlos Rolo, «tal decisão abarcaria a esmagadora maioria dos agregados familiares e empresas», pelo que irão dizer um «não rotundo ao aumento brutal do preço da água que o Governo quer impor».

«Não podem ser os algarvios a pagar a total ausência de ação por parte do Governo que, na última década, não obstante o agravamento da situação de seca, foi incapaz de tomar medidas destinadas a enfrentar o problema», defendem os autarcas.

Já Cristóvão Norte defende que «há outras formas de garantir a poupança de água que não passam por punir as pessoas».

Em declarações aos jornalistas na passada sexta-feira, o presidente da AMAL, António Miguel Pina, referiu que os aumentos dos vários escalões de consumo, aplicados de forma diferenciada a partir de Março, resultam de um instrumento proposto pela Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR).

O presidente da associação que integra os 16 municípios algarvios detalhou que o primeiro escalão não terá qualquer aumento, sendo aplicado um aumento de 15% no segundo escalão, de 30% no terceiro e de 50% no quarto e último escalão.

Ao consumo não-doméstico – hotelaria, comércio e indústria – vai ser aplicado um aumento de 15%.

O Governo anunciou que o Algarve vai ter cortes de água de 25% na agricultura e de 15% no setor urbano, que inclui o turismo, para preservar as reservas de água e enfrentar a escassez hídrica.

O aumento do preço da água deverá ser uma das 46 medidas previstas para a região, que ainda aguardam por aprovação em Conselho de Ministros.

As medidas, propostas pela Comissão Permanente de Prevenção, Monitorização e Acompanhamento dos Efeitos da Seca, são, de acordo com o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, “obrigatórias” face à atual situação no Algarve.

A capacidade das albufeiras da região encontra-se a um nível de 25%, comparado com os 45% do ano passado pela mesma altura.

 

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