Portimão não, Vila do Bispo sim: PS dividido quanto ao aumento da água

Medida aplica-se a partir do segundo escalão de consumo, mas está a causar divisão

A decisão foi tomada em sede da AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve, onde os autarcas do PS até têm larga maioria, mas está a causar divisão entre os próprios socialistas. Apesar da aprovação, por maioria, nem todos os presidentes da Câmara desta cor política aumentarão o preço da água, seguindo, no fundo, o que os autarcas do PSD e PCP vão também fazer. 

Os aumentos previstos, que variam entre os 15 e os 50%, até resultam do «instrumento proposto» pela Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), como justificou o presidente da AMAL António Pina, mas não está a colher unanimidade.

Ao Sul Informação, Isilda Gomes, presidente da Câmara de Portimão, garantiu que, no seu concelho, o preço da água «não vai aumentar».

«O que nós vamos fazer é tomar outras medidas, como a instalação de medidores de humidade e as fontes só a regar 15 minutos de manhã e outros 15 à tarde», explicou.

Segundo Isilda Gomes, um dos principais rostos do PS no Algarve, a autarquia de Portimão está também a «fazer tudo para a redução do consumo», sensibilizando também «os consumidores», nomeadamente através de campanhas da sua Empresa Municipal de Águas e Resíduos, a EMARP.

Em Vila do Bispo, a história é outra.

Também liderada por uma socialista – Rute Silva -, a Câmara já aprovou, na reunião de 6 de Fevereiro, o novo tarifário que inclui aumentos, com os votos a favor do PS, a abstenção dos vereadores independentes do “Somos Vila do Bispo” e o voto contra da vereadora do PSD.

Em declarações ao Sul Informação, a presidente da Câmara anunciou que os aumentos entrarão em vigor a 1 de Março, como previsto.

A decisão foi tomada também porque Vila do Bispo tem «um dos tarifários mais baixos do Algarve», não aumentando preços «há muito tempo, ao contrário de outros municípios».

«O aumento é só mais uma medida que se engloba noutras que estamos a tomar», justificou a autarca.

Entre essas medidas, está ainda a instalação de contadores de telemetria, redutores de caudais, campanhas de sensibilização e a utilização de águas residuais tratadas, vindas da ETAR de Sagres, para lavar ruas.

Com o aumento do preço da água, um dos objetivos também acaba por ser «sensibilizar os cidadãos para reduzir o consumo», argumentou Rute Silva.

Questionada sobre o facto de a decisão não estar a colher o “sim” de todos os autarcas socialistas, a presidente da Câmara de Vila do Bispo respondeu que «será sempre difícil não haver sinais dúbios porque as decisões são concelhias».

Em Tavira, Ana Paula Martins, presidente da Câmara, também já deu a entender que não vai aumentar o preço da água no concelho.

As medidas a tomar passarão, por exemplo, por testes de redução na pressão da água.

O Sul Informação tentou entrar em contacto, durante vários dias, com a autarca, para confirmar se o custo da água aumentará ou não em Tavira, mas sem êxito.

O mesmo aconteceu com António Pina, presidente da AMAL, de quem se pretendia obter um comentário sobre esta dualidade de decisões das diferentes autarquias, algumas delas do PS, mas também não se conseguiu chegar à fala com o também edil de Olhão.

 

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