Procurar um local para fazer estágio, tentar arranjar um emprego ou, simplesmente, ficar a conhecer a oferta existente, foram os principais objetivos dos mais de 1200 candidatos que estiveram na Feira de Emprego no setor do Turismo, no Centro de Congressos do Algarve, em Vilamoura, esta segunda-feira, dia 5 de Fevereiro.
Esta feira de emprego, promovida pela Bolsa de Empregabilidade, uma plataforma que se dedica a juntar empregadores com quem quer entrar no mercado de trabalho, surge num momento em que a oferta de emprego no Turismo é superior à procura.
António Marto, presidente do Fórum Turismo e fundador da Bolsa de Empregabilidade, explicou que a balança da oferta e da procura «está muito descompensada» e «é preciso estabilizar, para que as empresas consigam oferecer o melhor serviço que têm para os seus clientes».
Ainda assim, disse este responsável ao Sul Informação, «as expetativas são as melhores, porque, se não fosse isso, não teríamos todo este trabalho».
«É claro que esperamos que venham muitos candidatos, esperamos que estas empresas saiam satisfeitas e que, acima de tudo, os candidatos saiam satisfeitos com as ofertas que estão a ser propostas», resumiu António Marto.
O responsável acrescentou que, ao longo do dia, eram esperados «cerca de 600 alunos de diferentes escolas do Algarve», metade dos «1200 candidatos» que a feira atraiu.
Quanto às empresas, foram 75 as que marcaram presença neste evento, com o objetivo de se dar a conhecer e mostrar oportunidades e ofertas de emprego.
Para a Sun Hotels, o objetivo era mostrar que a hotelaria «não é como antigamente», visto que muitos associam este setor «ao trabalhar 24 horas por dia».
Segundo Andreia Santos, supervisora de recursos humanos do Epic Sana Algarve, da cadeia Sana Hotels, «este tipo de eventos é relevante porque, para além de dar visibilidade às marcas, permite uma ligação pessoal com o candidato, que não se adquire por email».
«É importante darmos a conhecer o hotel aos candidatos, convidar também os estudantes a irem visitá-lo, caso ainda estejam em dúvida na escolha do local do estágio. Acho que isso é positivo», afirmou.
«Há um desajustamento e, quando há este desajustamento, há sempre uma parte que tem que fazer um esforço maior. Neste caso, as empresas são obrigadas a fazer esse esforço, porque estão diretamente a concorrer umas com as outras, não só dentro do setor, mas também fora do setor, para atrair e serem atrativas e, no fundo, procurar os melhores talentos. Neste momento, vivemos um período de desajustamento em função da maior oferta», disse Tânia Guerreiro, responsável de recursos humanos dos hotéis JJW.
A mesma responsável acrescentou que «o pico das dificuldades foi mesmo no ano do pós-pandemia, o ano da recuperação. Infelizmente, as empresas foram obrigadas a suster um bocadinho os seus esforços financeiros e contrair muito aquilo que eram as oportunidades e a criação de emprego».
Do lado de quem procura um emprego, também há uma visão positiva em relação à Feira de Emprego.
«Estes eventos são sempre importantes, porque temos a oportunidade de conhecer a oferta e de conhecer outro nível de oportunidades, seja aqui no Algarve, seja noutros locais», disse Carina Ferreira, uma candidatas presentes.
Ao contrário de Carina, que procura um emprego, Brenda, da Escola Secundária de Loulé, do curso de cozinha e pastelaria, viu esta visita de estudo como uma forma de «ganhar experiência, ao conversar com as pessoas, saber mais sobre os hotéis e os restaurantes», para, no final, concluir se realmente é a profissão certa a seguir.
No mesmo dia, em Faro, foi apresentado o programa “Competências do Futuro Algarve”, um projeto pensado para dar formação aos profissionais do setor turístico.
Este programa de formação, que envolve as escolas de hotelaria e turismo da região, chegará a cerca de 1800 profissionais, para os dotar de competências e ferramentas que lhes permitam «melhorar o seu desempenho e consequentemente os resultados da atividade turística e a perceção de valor por parte dos clientes», segundo o Turismo do Algarve e o Turismo de Portugal, que promovem a iniciativa.
Fotos e texto de: Cátia Rodrigues, que é finalista do Mestrado em Comunicação e Media Digitais da Universidade do Algarve e está a fazer o seu estágio curricular no Sul Informação.
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