GEOTA já plantou 1 milhão de árvores autóctones nas Serras de Monchique e Estrela e na Mata de Leiria

…e quer plantar mais 2 milhões de árvores até 2027, tendo por isso lançado uma campanha de crowdfunding

O Grupo de Estudos e Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA) já plantou 1 milhão de árvores autóctones desde 2019, através dos projetos de reflorestação Renature que estão a decorrer na Serra de Monchique, Parque Natural da Serra da Estrela e na Mata Nacional de Leiria.

«Estes projetos nascem da necessidade de reflorestar áreas ardidas, de apoiar as comunidades locais afetadas a recuperar da destruição causada pelos incêndios e de aumentar a resiliência da floresta para que não volte a acontecer o mesmo», explica o GEOTA.

Desde 2010, já arderam mais de 1,5 milhões de hectares em Portugal, colocando o país como o mais afetado por incêndios na Europa no século XXI.

Tendo em conta que cerca de 98% da floresta é privada ou comunitária, o ponto de partida passou por «envolver as comunidades locais que detêm e habitam o território em modelos colaborativos com vista à reflorestação das áreas ardidas».

Através dos projetos Renature já estão a ser apoiados cerca de 700 proprietários numa área de intervenção de 3 mil hectares.

De acordo com Isabel Moura, presidente do GEOTA, «é urgente apoiar e capacitar as comunidades locais para que sejam capazes de recuperar o valor ecológico e económico da floresta. Entendemos que a importância da floresta advém principalmente dos serviços que oferece ao nível ecológico, social e económico. A gestão ativa da floresta pelas comunidades locais tem de ser um desígnio nacional».

Miguel Jerónimo, coordenador dos projetos Renature, considera que «não podemos ficar à espera que o Estado resolva todos os problemas da gestão florestal. Passámos das palavras à ação através da execução de projetos de reflorestação em várias regiões. Temos equipas profissionais diariamente no terreno a recuperar e a reflorestar áreas ardidas».

Com o objetivo de mudar a paisagem com espécies mais resilientes ao fogo, estão a ser plantados carvalhos, sobreiros, medronheiros, castanheiros, pinheiro-bravo e outras espécies emblemáticas como o carvalho-de-monchique, que ocorre apenas na Serra de Monchique e na bacia do rio Mira e que se encontra Criticamente em Perigo segundo a Lista Vermelha da Flora Vascular de Portugal Continental.

Para dar continuidade ao trabalho iniciado em 2019, o GEOTA estabeleceu o objetivo de plantar mais 2 milhões de árvores até 2027. Para isso vai precisar de donativos da sociedade civil e das empresas, pelo que lançou uma primeira campanha de crowdfunding, a nível europeu, para que todos possam contribuir diretamente na reflorestação das áreas ardidas, tornando possível a plantação das primeiras 250 mil árvores.

 

 

 



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