Algarve Walking Season foi «reativada» para promover festivais de caminhadas algarvios

Nova direção do Turismo do Algarve apostou na reativação desta rede e da promoção conjunta dos quatro festivais de caminhadas do Algarve

Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

Nunca desapareceu, mas andava há anos adormecida. Agora, o Turismo do Algarve decidiu dar um renovado fôlego à marca Algarve Walking Season (AWS), para dar outra dinâmica à promoção da rede que junta os quatro festivais de caminhadas que se realizam no Algarve.

A «reativação» da AWS foi anunciada esta segunda-feira, dia 19 de Fevereiro, numa conferência de imprensa que também serviu para levantar o véu sobre os quatro eventos que pertencem à rede: o Caminheiros, de Alcoutim e Sanlúcar de Guadiana, o Walking Festival Ameixial (Loulé), o Walk & Art Fest de Barão de São João (Lagos) e o Festival de Caminhadas de Monchique.

Este “renascimento” aconteceu por iniciativa das comissões executivas da Região de Turismo do Algarve e da Associação Turismo do Algarve, que são ambas presididas por André Gomes.

«Foi uma vontade inequívoca em voltar a apostar claramente neste segmento e nesta marca que congrega quatro festivais, que se organizam na região ao longo de todo o ano e que propiciam precisamente isso:  motivação de visita na região durante todo o ano, particularmente em época baixa, combatendo, desta forma, a sazonalidade», explicou André Gomes.

Segundo revelou durante a sessão João Ministro, coordenador da rede Algarve Walking Season e responsável pela organização do Festival de Caminhadas do Ameixial – o mais antigo no Algarve -, são esperadas «mais de 3 mil pessoas, nos quatro festivais, em 2024», um número que é «muito conservador», uma vez que, acredita, haverá uma procura muito superior.

O mesmo acontece com as atividades previstas, no conjunto dos quatro eventos, que serão «mais de 200», entre «caminhadas, workshops, conversas, intervenções artísticas locais, momentos musicais, entre outras».

 

André Gomes – Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

Promover esta oferta global do Algarve, ao nível de festivais de caminhadas, foi um dos principais motivos para a criação da AWS, que nasceu em 2018, fruto de uma candidatura ao programa “Valorizar”, do Turismo de Portugal, financiamento que, entretanto, deixou de existir, motivando o esmorecimento da rede.

Mesmo sem financiamento externo, André Gomes decidiu voltar a investir nesta marca, usando recursos do Turismo do Algarve. «Não estamos a falar de um investimento de uma grandeza muito grande, estamos a falar de algo na ordem de uma dezena de milhar de euros, mas que fazem a diferença».

Até porque não está em causa o apoio «a custos de organização», mas sim de um esforço de potenciação destes eventos,  organizando «press-trips, fan-trips, trazendo operadores internacionais, jornalistas internacionais à nossa região, que terão a oportunidade única de experienciar não só estas caminhadas, mas também de ter aqui um contacto com o território», durante a realização dos quatro festivais.

Por outro lado, está prevista a participação «em eventos específicos de Turismo  de Natureza, muito em particular no centro e no norte da Europa, que são claramente mercados mais vocacionados para este tipo de oferta».

Afinal, lembra o presidente do Turismo do Algarve, o segmento das caminhadas está «em franco crescimento» na Europa, onde há «mais de 400 milhões de praticantes». O setor tem um impacto económico estimado «de 40 mil milhões de euros», disse André Gomes, citando números da Associação Europeia de Caminhadas.

«Até 2030, estima-se que o impacto do segmento possa crescer 40%, para os 60 mil milhões de euros», acrescentou.

 

João Ministro – Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

É para se posicionar e tentar afirmar neste “apetecível” mercado que os quatro festivais de caminhadas do Algarve se uniram em rede, sob a marca Algarve Walking Season.

«Faz sentido, porque conseguimos dar aqui uma outra alavancagem aos festivais.  Ou seja: cada festival promove-se a si próprio, mas nós conseguimos juntar os quatro e conseguimos ter assunto e material para estar constantemente, todas as semanas se for preciso, a promover as coisas do Algarve, como um todo», considerou João Ministro.

O trabalho em rede também permite ganhar escala. «Eu diria mesmo que, neste sentido, o Algarve é a principal região do país para caminhadas. Não há mais nenhuma região do país que tenha uma rede e uma marca que junte vários festivais», acrescentou.

Na sessão, também foi levantado o véu em relação às edições de 2024 dos quatro eventos de caminhadas da AWS.

O primeiro será o Caminheiros – Festival de Caminhadas de Alcoutim e Sanlúcar, agendado para os dias 15, 16 e 17 de Março.

Este ano, como explicou durante a sessão Júlio Cardoso, da Câmara de Alcoutim e coordenador do festival, o Caminheiros volta a realizar-se apenas num fim de semana e no mês  de Março.

No total, «estão previstas 12 caminhadas», mas também continuará a haver «uma forte aposta nas experiências», nomeadamente atividades ligadas à cabra algarvia, à apicultura, ao fabrico de pão e à observação astronómica.

Já no Ameixial, a festa acontece nos dias 26, 27 e 28 de Abril. Na edição deste ano, além de dezenas de caminhadas – uma noturna, na sexta-feira, dia 26, vinte no sábado e 15 no domingo – também haverá workshops, atividades pedagógicas, animação. No campo do alojamento, volta a haver oferta de Glamping.

De 1 a 3 de Novembro, a arte e as caminhadas voltam a andar de mãos dadas no Festival de Caminhadas de Barão de São João, que volta a ter largas dezenas de atividades, na sua maioria caminhadas, mas também muitas ligadas às artes e a pensar nas famílias, segundo revelou Anabela Santos, da Almargem, que organiza este festival.

Por fim, entre os dias 29 de Novembro e 1 de Dezembro terá lugar o Festival de Caminhadas de Monchique, o mais jovem dos eventos.

Helena Martiniano, vereadora da Câmara de Monchique, salientou as caminhadas com a temática da água, mas também as ligadas a experiências, durante as quais «se parte em busca de cogumelos, de plantas comestíveis» ou se conhece o ciclo do azeite e o património local.

 

 

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