Radar meteorológico de Loulé já está a funcionar com tecnologia mais sofisticada

Equipamento de Loulé e o de Coruche, com tecnologia semelhante, são inaugurados hoje

O Algarve já tem um radar meteorológico de polarização dupla a funcionar desde o dia 29 de Novembro, instalado em Cavalos, na serra do Caldeirão, à beira da EN2, no interior do concelho de Loulé.

Este novo equipamento, que substitui o anteriormente existente, de polarização simples, vai ser esta tarde inaugurado pelo secretário de Estado do Mar José Maria Costa, que, de manhã, estará em Coruche (Cruz do Leão) para também inaugurar o novo radar meteorológico.

As infraestruturas que iniciam operação, após período de testes, correspondem a um investimento global de cerca de 2,8 milhões de euros, financiado pelo PRR, e integram uma rede de cinco radares meteorológicos (Arouca, Coruche, Loulé, Porto Santo e Terceira) explorada pelo IPMA.

O início de operação destes radares integra a transição da polarização simples para polarização dupla, processo em fase avançada na União Europeia, e permite a Portugal figurar na linha da frente da monitorização e previsão meteorológica, ampliando a sua capacidade para entender e prever padrões e alterações climáticas e outros fenómenos meteorológicos.

Os novos radares oferecem vantagens para vários setores socioeconómicos, nomeadamente os que se desenvolvem em ambientes costeiro e marítimo, e dotam o país de tecnologia que permite uma melhor discriminação entre os diversos tipos de partículas atmosféricas, melhor distinguindo entre chuva, neve, granizo e outros fenómenos, de particular importância para a previsão de condições meteorológicas no mar.

 

 

Com estes radares «pode-se agora, de forma mais precisa, monitorizar a intensidade e a movimentação de sistemas de precipitação, como chuvas intensas, o que oferece maior capacidade de prever inundações costeiras, detetar mudanças na pressão atmosférica e outras condições extremas que podem indicar a formação de tsunamis, ampliando a capacidade de alerta para comunidades costeiras e embarcações em alto-mar, mitigando riscos materiais e ambientais e melhor salvaguardando pessoas e bens», explica o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), que os vai explorar.

Segundo o IPMA, esta mudança tecnológica «acompanhou o fim de vida útil dos equipamentos existentes (15 anos em média para a tecnologia de polarização simples) e beneficiou das infraestruturas de suporte existentes nos locais, sustentando assim o desenvolvimento de técnicas digitais avançadas de outros serviços, públicos e privados, que passarão a ter acesso a esta informação sob a forma de serviços web, de acordo com a política de dados abertos do IPMA, procurando-se estimular o desenvolvimento pelo setor privado de aplicações dirigidas a segmentos específicos de mercado».

A informação gerada por estes novos sistemas de radar é relevante não só para Portugal, mas também para grande parte do continente Europeu, em particular para Espanha (AEMet), com quem Portugal (IPMA) tem um protocolo de intercâmbio de dados em tempo real, nomeadamente na deteção e acompanhamento de fenómenos meteorológicos de tempo severo, com impacto na salvaguarda de vidas e bens.

Ainda no âmbito do PRR, foram instaladas duas estações meteorológicas nas proximidades dos novos sistemas de Radar meteorológico no montante de 58.230, euros, bem como dois detetores de raios em Viana do Castelo (Chafé) e Olhão, e ainda um novo sistema de processamento de dados de raios (TLP), na sede do IPMA, no montante de 169.600 euros.

O IPMA acrescenta que, também com financiamento PRR, a rede de sistemas de radar meteorológico será expandida durante o presente ano de 2024, com os novos radares no arquipélago dos Açores, em São Miguel (Pico Santos de Cima) e nas Flores (Morro Alto), igualmente dotados de tecnologia de polarização dupla e que completarão a rede nacional.

 

 



Comentários

pub