Neoen diz que Central Solar do Foral respeita «algumas das sugestões da população»

Neoen responde à Associação de Moradores de Larga Vista

A Neoen, produtora independente de energia renovável, afirmou esta sexta-feira, 19 de Janeiro, que a Central Solar do Foral respeita «algumas das sugestões da população» e que irá permitir a produção de mais de 94 mil MWh de energia verde por ano. 

As declarações da empresa responsável por esta central solar surgem após a posição tomada pela Associação de Moradores de Larga Vista, Foral, em Silves, que se mostrou «profundamente» preocupada «com a pegada ecológica do projeto e com a falta de envolvimento da comunidade».

Apesar de a Comissão de Coordenação Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve ter aprovado condicionalmente o projeto, os moradores mostraram-se preocupados com a paisagem e vegetação e «proximidade de habitações».

Numa resposta enviada aos meios de comunicação social, a Neoen esclarece que o processo foi sujeito a consulta pública durante o mês de Junho de 2018 e que associação de moradores da Larga Vista participou, tendo a CCDR integrado medidas para incluir algumas das sugestões da população, medidas essas que, segundo a empresa «serão respeitadas».

De acordo com a Neoen, mais recentemente, a 26 de Julho, realizou-se na junta de freguesia de Algoz uma reunião entre a Neoen e os representantes da associação.

Já depois dessa reunião, a Neoen diz que a associação de moradores foi convidada pelo Departamento de Urbanismo da Câmara de Silves para participar em sessões de esclarecimento do projeto com a Neoen (a 15 de Setembro e 13 de Outubro de 2023), «mas não compareceu a nenhuma».

«Em cumprimento com o enquadramento legislativo e regulamentar, o licenciamento da Central Solar do Foral foi precedido de procedimento de avaliação de incidências ambientais coordenado pela CCDR-Algarve. Deste procedimento resultou a emissão de Declaração de Incidências Ambientais Condicionada. O Regime Jurídico da Reserva Ecológica Nacional (Decreto-Lei n.º 124/2019, de 28 de agosto na sua atual redação) admite como compatível o uso da área para produção e distribuição de eletricidade a partir de fontes renováveis, tal como descrito na Declaração de Incidências Ambientais», explica a Neoen.

Segundo a produtora independente de energia renovável, «o projeto será implantado num terreno com uma área total de 96 hectares (ha) e uma área de intervenção de 76 ha, onde serão integrados corredores verdes com cerca de 20 metros de largura, para conexão da biodiversidade e melhor enquadramento paisagístico»-

«No layout atual do projeto está prevista a constituição de um corredor ecológico no setor sul do terreno, promovido por uma barreira arbórea e arbustiva composta por espécies autóctones, que garantirá a integração paisagística com uma barreira visual natural e uma distância mínima entre os primeiros painéis solares e as habitações superior a 60 metros, indo muito para além dos requisitos impostos na Declaração de Incidências Ambientais», continua, contradizendo a Associação de Moradores que dizia que «este projeto maciço está posicionado de forma alarmante perto de áreas residenciais, apenas a 20 metros em alguns locais, e está em cima de recursos críticos de água subterrânea».

A produtora de energia justifica ainda que «a dimensão reduzida dos perfis metálicos das estruturas de suporte dos painéis solares, que terão um distanciamento entre filas de 6,5 m, permitirão que o solo fique livre para vegetação que incluirá sementeiras com uma mistura biodiversa, mantendo os objetivos de infiltração de água no solo e permitindo a integração da produção de energia verde, renovável e endógena, com a possível prática de pastoreio e de apicultura, como já acontece noutros parques solares da Neoen».

«A rápida evolução tecnológica permitirá que o projeto da Central Solar do Foral seja constituído por cerca de 75 000 painéis solares (um número 25% inferior ao previsto) que permitirão a produção de mais de 94 000 MWh de energia verde por ano (um valor 30% superior ao previsto), que será equivalente ao consumo anual de 28 000 habitações, evitando-se a emissão de 46.000 toneladas de CO2 comparativamente à produção de energia com origem fóssil», remata a empresa.

 



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