António Branco, antigo reitor da Universidade do Algarve (UAlg), vai ser o mandatário da candidatura do Bloco de Esquerda no Algarve nas próximas Legislativas de 10 de Março.
O ex-reitor da Universidade do Algarve anunciou, numa declaração nas redes sociais, as razões que o levaram a aceitar o convite do BE e a «sair do silêncio para o espaço público em que os grandes combates políticos se travam».
António Branco considera que estas eleições «serão especialmente importantes para a definição da qualidade das respostas […], ou seja, para as escolhas que orientarão as futuras políticas públicas destinadas a resolver os problemas mais graves».
O mandatário do Bloco de Esquerda faz também referência ao contexto da representação política no Algarve.
«Na última legislatura, fez muita falta ao Algarve a sua representação parlamentar do Bloco de Esquerda. Todos os estudos de opinião mostram que o Bloco está em condições de recuperar essa representação», escreveu.
António Branco considera que o cabeça de lista do Bloco de Esquerda, José Gusmão, será «um deputado de grande qualidade, permanentemente envolvido nos problemas mais prementes da região e comprometido com a urgência de melhorar as suas realidades económico-sociais» e refere a presença de Guadalupe Simões no segundo lugar da lista como um sinal «de abertura do Bloco de Esquerda à sociedade civil e aos ativistas que tanto têm pugnado pelos serviços públicos de qualidade».
António Branco nasceu em Malange (Angola), em 1961. Entre 1979 e 1983, foi ator no Teatro do Mundo, grupo de teatro independente sediado em Lisboa.
Também foi compositor e músico, tendo nessa qualidade participado em vários concertos de José Mário Branco e no Festival da Canção RTP, nos anos de 1980 (Quarteto Música em Si, Esta Página em Branco) e 1981 (a título individual, Tanto e Tão Pouco).
Em 1989, licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Depois de ter exercido a profissão de professor no Terceiro Ciclo do Ensino Básico e do Ensino Secundário, entre 1984 e 1990, e de ter sido assistente estagiário no Departamento de Estudos Portugueses da Universidade da Ásia oriental (Macau, 1990-1991), começou, em setembro de 1991, a dar aulas na Universidade do Algarve como assistente convidado, na área de Estudos Literários.
Em Janeiro de 1999, doutorou-se em Literatura (Literatura Portuguesa Medieval) pela mesma Universidade. É desde 2003 professor associado em Didáticas das Línguas e das Literaturas da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, tendo aí realizado a sua agregação em Comunicação, Cultura e Artes, em Junho de 2012, mais precisamente na área do Teatro, em que investiga atualmente.
Foi diretor artístico d’ A Peste – Associação de Pesquisa Teatral, grupo fundado na Universidade do Algarve, onde desenvolveu atividade teatral entre 2008 e 2015, enquanto ator e encenador.
Na Universidade do Algarve, já ocupou vários cargos dirigentes, nomeadamente: diretor da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais,
diretor da Biblioteca e do Arquivo Central e coordenador do Centro de Investigação em Artes e Comunicação. Foi também membro eleito do Conselho Geral, entre 2009 e 2013, e diretor do Mestrado e do Doutoramento em Comunicação, Cultura e Artes.
Ao longo da sua carreira académica, publicou diversos artigos, capítulos de livros e livros sobre os assuntos que foi investigando, tendo sido orientador de um número alargado de dissertações de mestrado e teses de doutoramento.
Entre 2002 e 2007, colaborou com o Instituto de Avaliação Educativa do Ministério da Educação, nas qualidades de coautor das Provas de Aferição de Língua Portuguesa do 3º Ciclo, e consultor, auditor, coautor e coordenador de Exames Nacionais de Língua Portuguesa (3º ciclo e Ensino Secundário) e de Literatura Portuguesa (Ensino Secundário).
Nos anos de 2018 e 2019, foi coordenador do painel de avaliação das Ciências da Educação no Concurso de Bolsas Individuais de Doutoramento da Fundação para a Ciência e Tecnologia.
Exerceu o cargo de reitor da Universidade do Algarve entre 2013 e 2017. No seguimento disso, em 2019, publicou o livro “Transitoriamente Reitor”, que inclui uma seleção das intervenções públicas que foi fazendo durante aquele mandato.
Atualmente, é presidente do Conselho Científico da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da mesma universidade.
É, desde 2020, um dos três curadores do espólio de José Mário Branco, cujo tratamento e estudo está a ser realizado no Centro de Estudos de
Documentação José Mário Branco – Música e Liberdade, criado na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa para o efeito.
Comentários