António Costa acaba de anunciar ao país que apresentou a demissão. «Obviamente, apresentei a minha demissão ao Presidente da República», disse o primeiro-ministro, numa declaração ao país que acaba de fazer no Palácio de S. Bento.
O chefe do Executivo não resistiu à polémica de hoje que envolveu buscas em vários locais, como a residência oficial do primeiro-ministro, devido aos projetos do lítio (Montalegre e Boticas) e hidrogénio (Sines).
O Ministério Público já anunciou também que o Supremo fará uma investigação autónoma a António Costa.
O primeiro-ministro disse ter ficado «surpreendido» com a decisão de o Supremo avançar com um processo-crime contra ele.
«Não me pesa na consciência a prática de qualquer ato ilícito ou sequer qualquer ato censurável», garantiu.
Ainda assim, António Costa considerou que a «dignidade das funções de primeiro-ministro não é compatível com qualquer suspeição sobre a sua integridade, boa conduta e menos ainda a suspeita de prática de ato criminal».
O primeiro-ministro garantiu que a sua confiança na Justiça continua e é «tão grande como era no passado», não estando «acima da lei».
Costa agradeceu ainda aos seus membros de Governo, aos partidos da oposição e aos da antiga geringonça.
«Esta é uma etapa da vida que encerro de cabeça erguida e com consciência tranquila», disse.
Em resposta aos jornalistas, António Costa garantiu que não se vai recandidatar ao cargo de primeiro-ministro. «Não, não me vou recandidatar», atirou.
Já em relação se está, agora, a ter uma posição diferente do que teve noutros momentos, como os casos de Galamba ou Eduardo Cabrita, Costa disse que as suas funções, enquanto primeiro-ministro, «são distintas».
«É fundamental que cidadãos não tenham qualquer réstia de dúvida que quem exerce função está acima de qualquer suspeição. Nunca ouvi falar deste processo», explicou também, dizendo que apenas soube do processo crime pela nota da Procuradoria Geral da República.
O anúncio da demissão surge depois das buscas em São Bento, visando o seu chefe de gabinete Vítor Escária e membros do seu Governo.
António Costa era primeiro-ministro desde Novembro de 2015.
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