PAN quer que se plantem árvores em Olhão depois da tempestade

Alexandre Pereira, eleito do PAN em Olhão, vai apresentar proposta na AM

O PAN – Pessoas, Animais e Natureza vai apresentar uma proposta à Assembleia Municipal de Olhão para «que nas próximas semanas se comecem a plantar árvores nos locais onde estas caíram ou foram arrancadas pela tempestade, desafiando o poder local para que se vá ainda mais longe e se crie um regulamento municipal de gestão do arvoredo em meio urbano».

A proposta será apresentada por Alexandre Pereira, deputado municipal do PAN em Olhão, na sequência da passagem da tempestade Bernard pelo Algarve, na passada semana.

«Se por um lado foi um alívio finalmente sentir o cheiro a terra molhada, pela chuva que caiu no Algarve por estes dias, por outro constatei que as fortes rajadas de vento derrubaram centenas de árvores um pouco por toda a região, sendo as mais afetadas as árvores existentes em ambiente urbano», enquadra Alexandre Pereira.

«No atual cenário de alterações climáticas, com o agravamento dos períodos de seca extrema, aumento das ondas de calor e escassez hídrica na região, a conservação, proteção e promoção de espaços verdes em ambiente urbano é essencial», defende.

As árvores em ambientes urbanos «desempenham funções de extrema importância, mas que muitas vezes passam despercebidas. É imperioso implementar políticas públicas que contribuam para o processo de mitigação das alterações climáticas e, como tal, acreditamos que chegou o momento de se assumir a relevante função das árvores e arbustos nos processos de absorção de carbono e combate ao efeito estufa».

«A par disso, as árvores são também responsáveis pela regulação da temperatura urbana, controlo e redução da poluição sonora e do ar, aumento do bem-estar geral das populações e, sobretudo, pelo incremento da tolerância e combate a inundações, cheias e a fenómenos extremos que têm vindo a afetar, cada vez mais, a nossa região», acrescenta o eleito do PAN em Olhão.

«Assim, e considerando que esta é a melhor altura do ano para o fazer, vamos plantar árvores depois da tempestade e assim promover ambientes urbanos mais sustentáveis e resilientes na adaptação e mitigação das alterações climáticas, pois esta será uma herança para as gerações futuras, para que um dia se possam sentar à sombra destas árvores com história», pede.

 

 

Alexandre Pereira recorda que, em 2022, já viu aprovada por unanimidade a sugestão de «criação e implementação do Plano Estratégico Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas (PMAAC), criando ainda uma comissão de acompanhamento com membros/representantes desta AMO, mas, até ao momento, nada aconteceu».

«Além deste plano estratégico, defendo que o município de Olhão deverá dispor de um inventário completo do arvoredo urbano existente em domínio público e privado municipal e de um regulamento municipal de gestão do arvoredo em meio urbano, cuja elaboração é da competência da Câmara Municipal de Olhão. Mas, mais uma vez, até ao momento, nenhum plano foi submetido à Assembleia Municipal para aprovação», ilustra.

Este diploma «regula as intervenções a exercer ao nível do arvoredo, nomeadamente as podas, os transplantes e os critérios aplicáveis ao abate e à seleção de espécies a plantar».

Uma das vertentes que deverá constar nestes instrumentos, para Alexandre Pereira de gestão é a avaliação do estado fitossanitário das árvores, ou seja, o seu estado de saúde, o que implica que a gestão e manutenção do arvoredo urbano em espaço público sejam executadas por técnicos devidamente preparados e credenciados para o efeito.

Outro mecanismo defendido pelo deputado municipal do PAN é a disponibilização em plataforma online do inventário municipal do arvoredo em meio urbano, «que permitirá que os cidadãos coloquem questões e denunciem ocorrências relativamente aos exemplares arbóreos existentes».

«Desta forma, o município passa a estar sob escrutínio permanente e a ter que justificar perante os seus munícipes as ações que desenvolve no âmbito da gestão e manutenção dos espaços verdes, nomeadamente no que diz respeito às podas, que são em muitos casos exageradas», diz Alexandre Pereira.

 

 

 



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