Doral do PCP exprime «profundo pesar» pela morte de Margarida Tengarrinha

Margarida Tengarrinha «teve uma vida inteiramente dedicada à luta e intervenção pela emancipação dos povos, pela democracia, o progresso social, a paz e o socialismo»

Margarida Tengarrinha com operárias conserveiras de Portimão, em 1979 – Foto do arquivo pessoal de MT

O Secretariado da Organização Regional do Algarve do Partido Comunista Português expressou hoje o seu «profundo pesar» pelo falecimento de Margarida Tengarrinha, ocorrida esta quinta-feira, dia 26 de Outubro.

Nascida a 7 de Maio de 1928 em Portimão, Maria Margarida Carmo Tengarrinha, desde jovem, participou nas lutas estudantis de 1949 e 1954 em Lisboa, tendo sido membro da Direção Universitária do MUD Juvenil, recorda a Doral do PCP na sua nota enviada às redações.

Participou nas Exposições Gerais de Artes Plásticas, tendo sido expulsa da Escola Superior de Belas Artes de Lisboa – ESBAL, pelo papel desempenhado na direcção da luta pela Paz aquando da reunião da NATO em Lisboa em 1952.

Participou no Congresso Mundial de Mulheres realizado em Copenhaga, em 1953, e em 1963 em Moscovo.

Aderiu ao Partido Comunista Português, com 24 anos, em 1952. Margarida Tengarrinha passou à clandestinidade em finais de 1954. A sua primeira tarefa foi então a criação, com José Dias Coelho (seu companheiro), da “oficina” de produção de documentos de identificação e outros necessários à intervenção clandestina do Partido.

Em 1962, após o assassinato de José Dias Coelho, Margarida Tengarrinha foi para o exterior tendo exercido tarefas na «Rádio Portugal Livre». Em 1968 regressa a Portugal, tendo participado na redacção do «Avante!» e do jornal «A Terra». Foi responsável pelos organismos do Trabalho Camponês da Organização do Norte e posteriormente de Lisboa.

Membro do Comité Central do PCP desde Maio de 1974 até 1988. Após o 25 de Abril de 1974 foi membro da Direcção da Organização Regional de Lisboa, integrou a Comissão para o Trabalho com os Pequenos e Médios Agricultores e a Comissão para a Reforma Agrária. Desde 1986 a viver em Portimão, integrou a Direção da Organização Regional do Algarve do PCP.

Foi deputada à Assembleia da República nas III e IV legislaturas.

Ao longo dos anos, Margarida Tengarrinha publicou diversos livros sobre pintura, cultura popular e sobre a sua experiência e intervenção enquanto funcionária do PCP. Tem também uma vasta obra de artes plásticas. Foi professora na Universidade Sénior de Portimão onde lecionava História das Artes.

Margarida Tengarrinha «teve uma vida inteiramente dedicada à luta e intervenção pela emancipação dos povos, pela democracia, o progresso social, a paz e o socialismo», acrescenta a Doral do PCP.

O corpo de Margarida Tengarrinha estará em câmara ardente na Casa Mortuária da Igreja do Colégio em Portimão, na terça-feira, dia 31 de Outubro, a partir das 9h30, saindo às 12h30 para o crematório de Albufeira. A cremação realizar-se-á às 14h00.

 



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