Diretora Regional de Cultura lamenta morte de Margarida Tengarrinha

Margarida Tengarrinha foi a vencedora da primeira edição do Prémio Regional Maria Veleda (2014), promovido pela Direção Regional de Cultural do Algarve

Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

Adriana Nogueira, diretora regional de Cultura do Algarve, lamentou a morte de Margarida Tengarrinha, ocorrida esta quinta-feira, 26 de Outubro, aos 95 anos. 

Numa nota publicada nas redes sociais, a Direção Regional de Cultura lembra Margarida Tengarrinha como «artista, escritora, professora e resistente ao regime salazarista».

Nascida em Portimão, a 7 de Maio de 1928, iniciou a sua atividade política organizada em 1948, integrada no MUD Juvenil, na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa (ESBAL).

Em 1952, foi expulsa da ESBAL, proibida de frequentar todas as faculdades do país, assim como de lecionar na escola Preparatória Paula Vicente, onde era professora, pela sua participação na luta pela paz, pelo desarmamento atómico e contra a reunião da NATO em Lisboa. Nesse mesmo ano tornou-se militante do PCP.

Em 1955, passou à militância clandestina do PCP, juntamente com o seu companheiro, José Dias Coelho, usando as suas habilidades artísticas para falsificar documentos e desta forma apoiar o trabalho dos resistentes à ditadura. Foi redatora do boletim A Voz das Camaradas, dirigida às mulheres militantes do PCP, e do Jornal Avante.

Após o assassinato de José Dias Coelho, a 19 de Dezembro de 1961, partiu para Moscovo com Álvaro Cunhal, com quem trabalhou dois anos, e depois para a Roménia, onde desempenhou funções de redatora da Rádio Portugal Livre. Retornou a Portugal em 1968, regressando à
clandestinidade e à redação no Jornal Avante.

Após o 25 de Abril, passou a ser membro do Comité Central do PCP, fez parte da Direção Regional de Lisboa e foi deputada pelo Algarve.
Ilustrou e editou vários livros, entre os quais “Quadros da Memória” (2004), “Memórias de uma Falsificadora” (2018) e “A Luta na Clandestinidade pela Liberdade em Portugal” (2018), um livro autobiográfico, adaptado ao Teatro por Joaquim Horta em 2021.

Margarida Tengarrinha foi a vencedora da primeira edição do Prémio Regional Maria Veleda (2014), promovido pela Direção Regional de Cultural do Algarve.

 



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