Comité de cogestão do polvo no Algarve já foi lançado

Polvo gerou 46 milhões de euros nas lotas do continente

O processo de criação do comité de cogestão do polvo no Algarve foi formalmente lançado, depois de 51% dos pescadores com licença para estas artes na região terem concordado com a implementação deste procedimento, anunciou o Ministério da Agricultura e Alimentação.

O polvo, espécie cujo Dia Mundial se assinalou a 8 de Outubro, gerou 46 milhões de euros nas lotas do continente, sendo a criação deste comité mais uma garantia para a sua sustentabilidade.

«Representando mais de metade dos 46 milhões de euros gerados nas lotas do continente, o polvo assume especial preponderância no Algarve», acrescenta a nota do Ministério.

Assim, a pesca deste molusco segue, nesta região algarvia, «os passos formais que foram traçados, de forma pioneira, pela Cogestão da Apanha de Percebe na Reserva Natural das Berlengas, cujo comité foi criado e instalado, oficialmente, a 28 de março de 2022».

O procedimento de criação do comité do polvo surge como consequência dos resultados do projeto ParticiPESCA, cujos trabalhos, relativos à implementação da cogestão, contaram com apoio público no âmbito do programa Mar2020, na ordem dos 230 mil euros.

Durante dois anos, o projeto envolveu 15 Associações de Pescadores e Organizações de Produtores, que representam mais de 700 pescadores de toda a região algarvia, além de outras entidades ligadas à pescaria, como a administração, comunidade científica, organizações não-governamentais e sociedade civil.

Sublinhando a importância dos sistemas de cogestão, a ministra da Agricultura e da Alimentação destacou que «a sustentabilidade dos recursos marinhos é uma prioridade para o governo português. E, por essa razão, trabalhamos continuamente com os profissionais da pesca, com os agentes do território, com a academia e com os cidadãos, tendo sempre em vista a salvaguarda dos ecossistemas e a renovação dos stocks, bem como a garantia do justo rendimento dos nossos pescadores e a viabilidade da atividade».
«Este trabalho, que a todos orgulha, coloca Portugal na vanguarda da gestão participada e sustentável das pescas a nível europeu», acrescentou Maria do Céu Antunes.
Por seu lado, Rita Sá, Coordenadora de Oceanos e Pescas da ANP|WWF (Associação Natureza Portugal | World Wide Fund for Nature), explicou que, «com a criação do comité de cogestão, estaremos todos de braços dados na construção dos processos de regulamentação, monitorização e fiscalização da pesca do polvo no Algarve».

O plano da gestão da pesca do polvo analisará temas como o período de defeso para a espécie, o excesso de artes caladas no mar, a comunicação entre associações, bem como a necessidade da sua valorização e a fiscalização.

 



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