Eventos com foco na dignidade, igualdade e liberdade compõem a Humanity Summit, que nos dias 19 e 20 de Setembro, trouxe ao Algarve 110 elementos de 45 países para discutir «a Via Rápida para a Dignidade e Justiça Social».
Ativistas dos direitos humanos, representantes governamentais e sociedade civil, inovadores influentes, investidores de impacto social, líderes corporativos, entre outras pessoas, encontraram na Humanity Summit uma plataforma para falar sobre «desafios globais críticos, fomentar a compreensão intercultural, encorajar a filantropia e a responsabilidade social e defender a inclusão financeira».
«O objetivo é amplificar vozes sub-representadas e executar soluções urgentes para um mundo melhor» explica ao Sul Informação Myriam Taylor, ativista e fundadora da MUXIMA BIO BV, que organiza o evento que decorre na Universidade do Algarve e termina em Lisboa, no dia 21 de Setembro.
«A democracia é uma promessa que ainda está por cumprir e para nós o desafio é como é que fazemos com que essa promessa se torne real e que todos nós nos possamos sentir representados e a contribuir para o fazer da democracia», afirma Myriam Taylor.
O evento, que decorre maioritariamente em Faro, culminará no dia 22 com a apresentação do «Pacto da Humanidade».
«É um instrumento que nós vamos propor à sociedade civil do mundo inteiro para passar a usar como a nossa agenda social. Uma lógica na qual nós não estamos à mercê das agendas dos políticos e quando voltarmos a eleições, nós, sociedade civil, vamos passar a ter um instrumentos com 39 objetivos aspiracionais», continua a organizadora do evento.

Apesar da adesão de vários pessoas com visibilidade em todo o mundo – como Syiabulela Mandela, ativista e neto de Nelson Mandela, o ministro dos Direitos Humanos do Brasil ou o ex-presidente do Gana – Myriam Taylor lamenta que nenhum elemento do Governo português tenha aderido à Humanity Summit.
Em relação à escolha de Faro como palco principal para este evento, Myriam refere que «a decisão tinha de ser esta» uma vez que é algarvia.
Além disso, diz que sentiu logo apoio por parte da Universidade do Algarve «que foi quem nos abriu as portas».
«Fazer de Faro o palco principal dos dois primeiros dias da cimeira tem vários significados. Sempre senti que há uma distância nossa muito grande em relação a tudo o que é discutido e o que se passa na capital ou até no Porto e aqui trazemos a discussão também para o Algarve», refere a organizadora do evento.
Para o Município de Faro é «uma grande satisfação» receber esta iniciativa porque «coloca o Algarve no centro desta temática».
«A Humanity Summit foi um desafio que a organização nos lançou e que nós agarrámos desde a primeira hora porque, de facto, o que se pretende aqui é discutir um conjunto de valores com os quais o município está alinhado», disse ao Sul Informação Carlos Baia, vereador da Câmara de Faro.
Alexandra Teodósio, vice-reitora da Universidade Algarve, refere também que «este tipo de eventos, do ponto de vista global, são sempre chave para a universidade e por isso gostamos de nos envolver».
Além da programação em Faro e Lisboa, a Humanity Summit passou também pelo Museu de Lagos – Núcleo Rota da Escravatura (Mercado de Escravos), onde decorreu uma sessão de homenagem aos que sofreram e lutaram durante esse período.
Fotos: Mariana Carriço | Sul Informação
Comentários