Centenas de pessoas manifestaram-se hoje, sábado, em Faro, no âmbito do protesto nacional em prol do acesso condigno à habitação, que, no Algarve, também chegou a Lagos, Portimão e Tavira.
A manifestação, que se realizou sob o mote “Exigimos Soluções – Casa para Viver”, juntou pessoas das mais variadas faixas etárias e houve quem optasse por comparecer em família, incluindo com bebés.
O objetivo foi, como explicou aos jornalistas Ana Tarrafa, porta-voz dos manifestantes que se juntaram em Faro, exigir «um direito que está vertido na Constituição desde 1975 e que também está inscrito na Carta de Direitos Humanos, que é ter habitação».
«Há cada vez mais gente, das mais diversas profissões – mesmo algumas que recebem ordenados mais altos, que não tinham este problema até há pouco tempo -, que estão a sentir-se afetados», ilustrou.
«Neste momento há pessoas que estão a fazer contas à vida, para saber quanto é que vão poder gastar no supermercado, para poderem continuar a pagar o teto, sem o qual não podem ficar», acrescentou.
Outros, nem sequer conseguem ter acesso a uma casa, por não terem capacidade de comportar os elevados preços que são pedidos.
É o caso de João Correia, que anda à procura de casa, mas tem esbarrado nos preços elevados que pedem.
«Um T2 custa 850 a 900 euros por mês, o mais barato, sendo que ainda me pedem uma renda adiantada e mais um mês de caução», revela este jovem, que adianta que preço de um T1 ou mesmo de um T0 não anda muito abaixo destes valores, na cidade de Faro.
Arrendar apenas um quarto «ronda os 400 euros».
Sendo alguém que terminou há pouco os seus estudos e ingressou recentemente no mercado de trabalho, «é impossível pagar esses valores».
A «sorte» de João foi ter sido acolhido pela sua irmã e pelo seu cunhado, que têm um filho bebé e também se juntaram ao protesto.
«Nós viemos aqui hoje porque somos daqueles que temos sofrido com o aumento da prestação da casa, porque ganhamos mais ou menos o mesmo», disse Ricardo Martins, cunhado de João.
Junto a este manifestantes está a sua família, mas também outros amigos, alguns também com filhos.
«Há aqui no grupo um pouco de tudo. Pessoas que, como nós, têm prestações, outras que estão a arrendar e até quem queira arrendar e não encontre casa», disse.
Com a manifestação, as pessoas que saíram à rua em Faro, mas também em Lagos e Portimão, bem como um pouco por todo o país, exigem que o Governo encontre soluções que garantam o direito à habitação.
Fotos: Hugo Rodrigues | Sul Informação
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