Loulé inaugura exposições em simultâneo para dar arte a dobrar ao público

Ideia é que o público possa circular entre os dois espaços expositivos, que distam 300 metros um do outro

Foto: António Ventura

As exposições “Tinha uma pedra”, de Miguel Horta, e “A uma distância certa”, de Diogo Pimentão, vão ser inauguradas amanhã, dia 22, às 18h00, na Galeria Municipal do Convento de Santo António e na Associação Alfaia, respetivamente.

O lançamento das mostras foi propositadamente marcado para a mesma hora, uma vez que os espaços em que se realizam estão «a cerca de 300 metros de distância entre si, permitindo que o público circule a pé pelas exposições, descobrindo e desfrutando destas duas propostas de arte contemporânea ligadas pelo Desenho enquanto prática artística autónoma», segundo a Câmara de Loulé, que promove as exposições, em cooperação com a Associação Alfaia.

As duas exposições, com curadoria de Miguel Cheta, terão entrada gratuita e contarão com a presença dos artistas na inauguração.

“A uma distância certa” pode ser vista até ao dia 18 de Novembro e “Tinha uma pedra” até 28 de Outubro.

Os dois artistas que vão expor trabalhos em Loulé, «ainda que abordem o desenho de forma substancialmente diferente, têm pontos de nítida convergência nas exposições que apresentam em Loulé».

O objetivo destas duas inaugurações em simultâneo «é promover a participação do público que já habitualmente aflui a Loulé pela sua forte dinâmica cultural», ao mesmo tempo que se incentiva novos públicos «a visitar a cidade e o concelho».

Diogo Pimentão (Lisboa, 1973) esteve em formato de curta residência na Alfaia, onde produziu algumas das obras que integram esta exposição. O artista vive e trabalha em Londres, desde 2012. Estudou desenho no Ar.Co (Centro de Arte e Comunicação Visual), em Lisboa. O seu trabalho está representado na maioria das coleções públicas e privadas de arte contemporânea nacionais.

«A força do trabalho de Pimentão reside na sua curiosidade e no seu fascínio pela materialidade do papel. As suas construções situam-se na fronteira entre o desenho e a escultura. À primeira vista, alguns objetos minimalistas parecem ter sido moldados em metal e não em papel dobrado. As superfícies de grafite cintilam à luz, brilhando, aparentando chumbo polido.

As obras de Pimentão desafiam todas as propriedades do que aparentam ser, levantando muito mais perguntas do que respostas. A realização da obra é ritmicamente e performativamente parte integrante desta, uma performance que, por vezes, é assumida como tal e assim partilhada com o público», descreve a Câmara de Loulé.

O desenho de Miguel Horta (1959) «é também ele um mapeamento do seu percurso, espelhando com nitidez o contacto com a técnica da gravura e com a palavra dita e escrita e com a performance».

«A exposição “Tinha uma pedra” parte de uma exploração em torno da poesia de Carlos Drummond de Andrade. A pedra foi o objeto eleito para esta pesquisa, o pretexto para que o lápis vá falando sobre o papel. É certo que traz a geologia e o universo consigo, mas projeta muito mais, irmanando o público», dizem.

Miguel Horta frequentou o Ar.Co, a Cooperativa Gravura e o ateliê de ilustração de Maria Keil, nas área da pintura, desenho e performance. Conta com um percurso expositivo variado, em Portugal e noutros países.

Esteve representado em diversas coleções de arte contemporânea, nomeadamente na coleção do CAM/Fundação Calouste Gulbenkian, Kiscelli Museum (Budapest), FCT – Monte da Caparica, BMW (Regensburg – Alemanha), Fidelidade Grupo Segurador, Fundação Mário Soares. Autor/ilustrador de infantojuvenil e mediador cultural. Tem realizado atividades de narração oral nos mais variados contextos.

É também formador e mediador para a Inclusão.

“A uma distância certa” pode ser visitada até 18 de Novembro, de quinta e sexta-feira, das 14h30 às 18h00, e ao sábado, das 10h30 às 13h30 e das 14h30 às 18h00

“Tinha uma Pedra” vai estar patente ao público até 28 de Outubro, no seguinte horário: de terça-feira a sábado, das 10h00 às 13h30 e das 14h30 das 18h00.

 

 



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