Incêndio: Rota Vicentina sai «esperançosa» da reunião com autarcas, governo e empresários

Secretário de Estado do Turismo esteve esta sexta-feira em Odemira para ouvir empresários do setor

Turismo Rural Teima foi o mais afetados pelo incêndio.  Foto: Mariana Carriço | Sul Informação

Marta Cabral, presidente da direção da Associação Rota Vicentina, sai «esperançosa» da reunião que juntou esta sexta-feira, 11 de Agosto, autarcas dos Municípios de Aljezur, Monchique e Odemira, Governo e empresários para falar sobre o impacto do incêndio que começou em São Teotónio no passado sábado, 5 de Agosto, e foi dado como dominado na quarta-feira, dia 9

Esta reunião, baseada essencialmente no impacto que o fogo deixou no turismo – e que contou com a presença do secretário de Estado do setor – reforçou, contudo, que «as coisas devem ser vistas de uma forma integrada», dado que «há aqui uma série de questões ligadas ao ordenamento do território, agricultura, ambiente, coesão territorial, que estão diretamente relacionadas».

Em declarações ao Sul Informação, Marta Cabral revela que também já estão agendadas reuniões com todas estas tutelas e que está a haver «uma reação muito rápida e positiva de união e reconstrução do que se perdeu», sem esquecer o que ficou.

Apesar de o levantamento total ainda não estar feito, a presidente da Associação Rota Vicentina afirma que «o que aconteceu impactou seriamente a nossa estrutura no terreno, a nível de trilhos, mas, sobretudo, na nossa rede de associados, com várias empresas que tiveram equipamentos e infraestruturas ardidas, além da paisagem, que tem um impacto muito grande».

Ainda assim, Marta Cabral reforça que estamos em época alta e, tirando alguns casos, o turismo está a funcionar.

 

Marta Cabral, presidente da Rota Vicentina. Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação (arquivo)

 

«Houve muitas pessoas que decidiram permanecer porque vêm pelas praias e isso praticamente não foi afetado. Grande parte dos que procuram estas unidades de turismo rural procuram a paisagem, mas também o acolhimento e está a haver uma onda de solidariedade muito bonita, até da parte dos clientes, e as coisas continuam a acontecer, apesar de o cenário ser, em alguns casos, literalmente negro», diz.

Segundo a presidente, o grande desafio que a reunião deixou foi o de «sairmos melhor do que entrámos» e, «aproveitar, em alguns casos, para reerguer a vegetação com melhor qualidade».

«Há muita coisa que se regenera espontaneamente, mas há outra parte que terá de ser plantada e a ideia é ter um cuidado extremo com a forma como os terrenos serão cuidados e replantados», diz.

Quanto à época de caminhadas, que está prestes a começar, Marta Cabral diz que ainda é preciso fazer «um levantamento rigoroso da situação», mas, no mínimo, «vai haver alterações, nas áreas ardidas».

«Não sabemos se teremos de anular uma parte das etapas, provavelmente sim, não consigo determinar isso para já, mas para breve vamos atualizar a informação online».

Apesar de os últimos dias terem sido de muita angústia, Marta Cabral confirma que «ninguém está de braços cruzados».

«Eu estou até emocionada com a onda de solidariedade que houve, não só entre a comunidade, mas por parte de empresários, que provaram que são muito resilientes e tem um foco muito grande no investimento no património natural e social».

Da reunião fica, de acordo com Marta Cabral, «a ideia de estarmos juntos – públicos, privados, empresas e comunidade – para traçarmos um plano e nos apoiarmos na reconstrução de tudo o que falta e sairmos melhor do entrámos nesta situação terrível que aconteceu», remata.

Esta quinta-feira, 10 de Agosto, a associação Casas Brancas já tinha divulgado que perto de duas dezenas de alojamentos turísticos do concelho de Odemira foram afetados, alguns com danos materiais, pelo incêndio que deflagrou no sábado.

 

 

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