Polémica central fotovoltaica em Tavira chumbada, Iberdrola não vai recorrer

Período de consulta pública contou com cerca de 830 participações

Foto de arquivo

A comissão de avaliação do impacte ambiental do projeto da Central Fotovoltaica de Estoi, na zona do Cerro do Leiria, no concelho de Tavira, vai propor uma Declaração de Impacte Ambiental (DIA) desfavorável, revelou a TSF. A Iberdrola, promotora do projeto, não irá recorrer da decisão. 

Apesar de, no site do “Participa.pt”, ela ainda não constar, esta decisão desfavorável foi já noticiada pela comunicação social.

Segundo a TSF, a Comissão de Avaliação, que engloba, por exemplo, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional e a Agência Portuguesa do Ambiente, considerou que a central iria «levar à erosão dos solos, prejudicar a paisagem e a biodiversidade e, nalgumas zonas, arruinar também a recarga do aquífero Peral-Moncarapacho, situado naquela zona do barrocal algarvio».

O projeto causou polémica desde o início, tal como o Sul Informação deu conta, uma vez que estava previsto ocupar uma zona de Reserva Ecológica Nacional, «rica em biodiversidade», que seria afetada por 175 mil painéis solares.

A associação de defesa do ambiente Pro Barrocal Algarvio (Probaal) foi quem liderou a contestação, ainda antes sequer de o projeto ser oficialmente conhecido.

De acordo com a TSF, a comissão de avaliação considerou ainda que as «medidas de minimização e compensação apresentadas pela Iberdrola para a central fotovoltaica não eram suficientes».

Numa resposta a esta rádio, a empresa espanhola adiantou que não vai recorrer da decisão… e criticou o Governo, uma vez que a «localização foi condicionada» pelo executivo de António Costa, «que leiloou os pontos de conexão elétricos».

«Além disso, o promotor foi obrigado a instalar um sistema de bateria com capacidade de 20% da capacidade de injeção alocada. Com base nesta condição, foi elaborado um estudo prévio ao Estudo de Impacte Ambiental para escolher o local com menor impacto em termos de património, sistemas ecológicos ou recursos hídricos (não ocupando, por exemplo, áreas de recarga máxima do aquífero existente)», diz a elétrica espanhola.

A Iberdola sublinha que a área escolhida era mesmo a «única que poderia minimizar ao máximo todos os impactos».

Assim, dado que não vê uma outra hipótese, a Iberdola diz que não vai «apresentar recurso» e abandonará o projeto.

 

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