Movimento Salvar as Alagoas Brancas reúne-se com ministro do Ambiente

A petição “Salvar a zona húmida das Alagoas Brancas” já conta com mais de 7600 assinaturas

O Movimento Salvar as Alagoas Brancas e várias ONGs portuguesas reúnem-se esta segunda-feira, 28 de Agosto, com Duarte Cordeiro, ministro do Ambiente e da Ação Climática.

Em nota, o movimento frisa que se dirige a Lisboa com o objetivo de fazer com que o ministro se posicione no sentido de mudar o loteamento do sítio.

A petição “Salvar a zona húmida das Alagoas Brancas” já conta com mais de 7600 assinaturas e, em breve, será introduzida na Assembleia da República para ser levada a discussão em plenário.

Em nota, o Movimento reforça que «foi recentemente encontrada nas Alagoas Brancas uma rara comunidade de plantas associadas aos meios aquáticos, com várias espécies raras e ameaçadas».

«Trata-se da maior população nacional de Damasonium bourgaei, espécie criticamente em perigo em Portugal, só conhecida em dois outros locais (num local ocorre uma planta isolada e noutro local são poucas dezenas de indivíduos). Além desta, também foram registadas outras plantas raras, como Cressa cretica e Elatine macropoda e outras espécies, como Sporobulos aculeatus, que atestam o bom estado de conservação da comunidade».

De acordo com o Movimento, «as recentes descobertas e os últimos pareceres e estudos técnicos feitos sobre o local têm contrariado a posição daqueles que durante demasiado tempo tentaram desvalorizar a importância ecológica e ambiental das Alagoas Brancas».

Uma das ideias sugeridas tem sido a de translocar os animais selvagens de lugar e construir um habitat húmido artificial, mudando a zona húmida das Alagoas Brancas de sítio.

«Esta é uma ideia que o movimento de cidadãos contesta solenemente e que aponta como sendo uma não-solução, nem a curto nem a longo prazo, muito menos na conjuntura climática em que nos encontramos e muito menos tratando-se de uma zona húmida de água doce com as características e serviços das Alagoas Brancas», frisam.

«Quantos anos leva para recriar as condições necessárias para o funcionamento sustentável das cadeias tróficas ali presentes? O que fazem os animais que ali habitam entretanto? Onde vão viver as milhares de aves que pernoitam nas árvores das Alagoas Brancas?», são algumas das questões que o Movimento coloca.

Há cerca de dois meses, Luís Encarnação, presidente da Câmara de Lagoa, terá informado que mudaria o loteamento de lugar se o governo apoiasse e o promotor aceitasse.

Segundo o Movimento, recentemente, o autarca contactou um dos seus membros, informando que teria sinalizado terrenos para esse efeito e que também já teria falado com o promotor nesse sentido, prometendo agendar uma nova reunião com o movimento após a FATACIL, onde o grupo tem marcado presença.


As Alagoas Brancas são uma pequena zona húmida de água doce no seio de um aquífero aluvionar que, ao longo do ano, alberga 300 espécies registadas de fauna e flora, entre as quais 146 espécies de avifauna.
Este ecossistema dependente de água subterrânea funciona também como uma bacia natural de contenção de água, promovendo serviços de ecossistema à cidade de Lagoa e mitigando riscos para pessoas e bens em caso de cheias e inundações.

 



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