CCV do Algarve celebra 26 anos com olhos postos num futuro observatório 

Balanço do trabalho desenvolvido até agora é «muito positivo»

Foto: Mariana Carriço | Sul Informação

«É um sonho do Centro e desta equipa», o do novo observatório “A Casa”, que está previsto para o Centro Ciência Viva (CCV) do Algarve, em Faro.

«Trata-se de um observatório aberto à cultura científica, ao ambiente, sustentabilidade e artes, que terá uma sala multiusos, um laboratório, uma escadaria, que será não só o acesso, mas também um anfiteatro aberto, ao ar livre, para se poder desfrutar da nossa ria e desenvolver outro tipo de atividades culturais», explicou Teresa Santos, presidente da direção do Centro Ciência Viva do Algarve ,ao Sul Informação à margem da celebração do seu 26º aniversário, que se celebrou esta quinta-feira, 3 de Agosto.

Há 26 anos a contribuir para a educação em ciência no Algarve, a equipa daquele que foi o primeiro CCV a ser criado em todo o país acredita que está na hora de «receber este miminho (para o qual falta financiamento), para chamar ainda mais visitantes, projetos e recursos humanos».

Mas este não é o único projeto futuro que o CCV Algarve tem em mente. Outro, que está prestes a começar, é a Escola Ciência Viva, que se inicia já em Setembro, no próximo ano letivo.

Em declarações ao nosso jornal, Cristina Veiga-Pires, diretora executiva do CCV do Algarve deste 2015, explica que se trata de um projeto em que o Centro vai receber uma turma, durante uma semana. Nesses cinco dias, alunos do 4º ano de escolas de Faro, Loulé e Albufeira (os municípios parceiros) vão ter aulas «diferentes» preparadas pelo CCV, com o objetivo de «aproximar estas crianças da ciência».

Esse tem sido, aliás, o grande objetivo desta instituição ao longo dos últimos 26 anos.

 

Foto: Mariana Carriço | Sul Informação

 

Para Cristina Veiga-Pires, é «um orgulho» pensar nos milhares de pessoas que já «se aproximaram da ciência» nos últimos anos, graças ao trabalho deste Centro Ciência Viva.

«Acho que temos feito um bom trabalho, nomeadamente contribuindo para a justiça social no acesso ao conhecimento. Entramos também agora na fase de ver a ciência não só numa perspetiva restrita, mas através da sua ligação com a arte, cativando um público mais geral, e penso que isso é muito positivo», continua a diretora executiva, acrescentando que também se tem trabalhado muito para passar os valores da sustentabilidade aos visitantes.

Comparando a região algarvia com o restante país, Cristina acredita que «nos encontramos num bom patamar» no que à literacia científica diz respeito: um resultado também alcançado com o trabalho que a Universidade do Algarve tem vindo a desenvolver.

Rui Cabral e Silva, investigador e docente nesta instituição de ensino, e vogal da direção do CCV, acrescenta que, apesar da falta de continuidade nos financiamentos, «temos um país que tem vindo a apostar na ciência e, aqui o Algarve, já tem um desenvolvimento muito bom e de ponta».

«Na área do mar, somos pioneiros e isso é muito positivo e atrai mais e melhores investigadores para o Algarve», afirma, reforçando que, como investigador, «é um gosto ver a ciência chegar ao público em geral, de uma forma descomplicada, como o centro consegue fazer».

 

Foto: Mariana Carriço | Sul Informação

 

Nestes 26 anos, o CCV do Algarve chegou a mais de 650 mil pessoas, recebeu mais de 370 mil visitantes do mundo inteiro e alcançou mais de 10 mil seguidores nas redes sociais.

Estes são resultados que também enchem de orgulho a presidente da direção Teresa Santos. Nos últimos anos, acrescenta, «tem-se notado um grande crescimento, com o envolvimento em projetos nacionais e internacionais».

«Temos contribuído para uma sociedade mais informada e consciente, principalmente para os temas da sustentabilidade, mas também para toda a ciência e parte tecnológica, que já eram temas, mas que, nos últimos anos, têm ganhado mais força», continua, referindo que os visitantes são muito heterogéneos, porque «o centro tem coisas que agradar a miúdos e graúdos».

O 26º aniversário foi ainda assinalado com a presença de Rogério Bacalhau, presidente da Câmara de Faro, um dos Municípios parceiros, que felicitou o trabalho desenvolvido por toda a equipa «que não se acomodou nos números e tem sempre novos projetos em curso», apesar do reduzido orçamento.

 

Foto: Mariana Carriço | Sul Informação

 

Cristina Veiga-Pires concorda: «O orçamento que eu tenho fixo foi diminuindo todos os anos e isso faz com que seja difícil. É difícil também ao nível dos recursos humanos, porque não há uma carreira para as pessoas que trabalham aqui, mas acho que temos conseguido dar a volta».

«Este foi o primeiro CCV do país e isso tem peso, claro. Estamos orgulhosos de ser um centro que começou a rede e ainda cá está, enquanto outros já terminaram», remata a investigadora.

Apesar do balanço positivo feito por todos, Rui Cabral e Silva deseja que «haja ainda melhor reconhecimento por parte da sociedade da importância destas estruturas».

O CCV Algarve está aberto de terça-feira a domingo, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00.

Neste momento. está também a decorrer o programa Ciência Viva no Verão, com centenas de atividades até 15 de Setembro. Nestas atividades, também os CCV de Lagos e Tavira têm o seu programa.

Fotos: Mariana Carriço | Sul Informação

 

 

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