Peregrinos de todo o mundo vêm ao Algarve antes da Jornada Mundial da Juventude

“Dias na Diocese” vão acontecer em todo o país

Foto: Pedro Lemos | Sul Informação

Há quem venha do México, de Madagáscar, do Zimbabué, da Coreia do Sul ou do Kuwait. Peregrinos de 19 países vão estar no Algarve, de 26 a 31 de Julho, nos Dias na Diocese, uma espécie de aperitivo para a Jornada Mundial da Juventude. O evento, que se realiza em Lisboa, terá também a participação de cerca de 1000 jovens algarvios. 

Os dias de João Costa, coordenador do Comité Organizador Diocesano (COD) do Algarve, têm sido «passados entre reuniões».

É ele quem lidera esta estrutura, criada em 2019, que tem um grande objetivo: preparar a participação na Jornada Mundial da Juventude que decorre de 2 a 6 de Agosto, em Lisboa, com a presença do Papa Francisco.

Em conversa com o Sul Informação, João explica que há duas grandes áreas em preparação: a ida dos algarvios à JMJ e o acolhimento dos peregrinos que vão passar seis dias no Algarve, ainda antes da Jornada.

Comecemos pelo fim.

De 26 a 31 de Julho, cerca de 2700 jovens estarão no Algarve, vindos de todos os cantos do mundo. Literalmente.

Haverá peregrinos do México, Colômbia, Argentina, Filipinas, Madagáscar, Uruguai, Zimbabué, Coreia do Sul, Moçambique, Ilhas Marianas, Canadá, Polónia, Eslovénia, Kuwait, Alemanha, Itália, França, Dinamarca e Espanha.

«Não estávamos à espera de tanta diversidade», reconhece João Costa.

Os peregrinos vão ficar divididos por quatro centros de acolhimento em Faro, Loulé, Tavira e Portimão.

O centro de atividades de Portimão ficou ao cargo da comunidade Chemin-Neuf, que lá fará o encontro mundial do seu movimento com programa e logística própria – e a presença de cerca de 4 mil jovens que se juntam aos 2700 acolhidos pela Diocese.

 

 

Em Faro, Loulé e Tavira, as atividades são da responsabilidade do Comité Organizador Diocesano.

Os peregrinos ficarão alojados tanto em espaços coletivos (escolas e pavilhões), como em casas de famílias de acolhimento.

As inscrições, de resto, para quem quiser ser família de acolhimento continuam abertas.

«A ideia é que, ainda antes de estarem em Lisboa, estas pessoas possam conhecer a Diocese e tornarem-se algarvios… pelo menos durante uma semana», brinca João Costa.

Ele, que já esteve na Jornada Mundial da Juventude em Cracóvia (2016), conta que muitos destes peregrinos também têm vontade de ver como «se vive a fé num país predominantemente cristão».

«Muitas vezes não temos noção de que a fé católica não é a principal noutros países. Na Dinamarca, por exemplo, só 5% da população é católica e já houve peregrinos que disseram que queriam vir a Portugal para perceberem também como é viver num país predominantemente cristão», diz João Costa.

Ao longo destes dias, haverá vários programas que incluem orações, atividades culturais, desportivas, um típico baile de Verão e momentos de confraternização.

Um dos momentos altos será uma missa com o Bispo D. Manuel Neto Quintas, no Estádio Algarve, no dia 30, com todos os peregrinos… e os algarvios que irão também participar na JMJ.

Segundo João Costa, haverá 970 jovens do Algarve a participar, com a Diocese, neste evento inédito em Portugal, praticamente de todas as paróquias algarvias.

«Poderá haver ainda mais que vão de forma autónoma. Estes são os que se inscreveram, que vão organizados connosco», explica o coordenador.

Um dos braços direitos de João Costa, na organização das JMJ no Algarve, tem sido o padre António de Freitas. Como assistente do COD, o sacerdote diz que acompanhar este rebuliço «tem sido muito bonito».

 

 

 

«Vemos os jovens entusiasmados, com vontade de participar. Há o benefício de, enquanto igreja algarvia, termos o empenhamento de muita gente. Acaba por ser uma oportunidade para as comunidades cristãs se rejuvenescerem», considera.

O padre António de Freitas, que já participou em três Jornadas Mundiais da Juventude em 2000 (Roma), 2005 (Colónia) e 2011 (Madrid), vê este como um «grande desafio para a Diocese».

«Eu acho que mais do que mostrar que a Igreja está viva, é um momento em que a própria Igreja percebe isso. Não vamos estar fechados, vamos para a rua. Termos uma atividade desta envergadura, receber a vinda de tantos… acaba por ser até um abanão», diz.

O certo é que o evento tem também estado envolto em polémica pelos custos que vai implicar, nomeadamente na construção do altar-palco que receberá o Papa Francisco, junto ao Rio Trancão, em Lisboa.

Para o padre António de Freitas, «há coisas que se pode dizer, com alguma razão, que são notícia, mas há outras que, por melhor que corressem, haveria sempre interesse em ir buscar os pontos negativos ou polémicos».

Mas a semente destas JMJ, acredita o pároco, está lançada.

«Mesmo que, por alguma razão, agora não houvesse Jornada, a semente já cá estava, na Igreja algarvia, tanto pelo dinamismo, como pelas relações com o exterior. Isto abre-nos aos outros e permite também reanimar a nossa vivência da fé. O pós-jornada será um desafio», conclui.

 

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