PAN quer reconverter zoos e delfinários em centros de conservação e recuperação de animais selvagens

«Precisamos de repensar o papel dos parques zoológicos e procurar alternativas mais éticas e eficazes para a conservação e recuperação de espécies ameaçadas»

O partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) deu hoje entrada na Assembleia da República de duas iniciativas, nas quais propõe a reconversão de parques zoológicos e delfinários em centros de conservação, de recuperação e de observação, sem componente lúdica, para os animais selvagens neles alojados.

O PAN propõe ainda a criação de santuários naturais que permitam uma proximidade do habitat natural dos animais alojados nos zoos e delfinários.

«Precisamos de repensar o papel dos parques zoológicos e procurar alternativas mais éticas e eficazes para a conservação e recuperação de espécies ameaçadas. Temos de privilegiar a conservação e a recuperação das espécies em detrimento do entretenimento. Tal é essencial para o futuro da conservação e da educação sobre as necessidades dos animais em matéria de bem-estar, bem como a sua conservação», sustenta Inês de Sousa Real, porta-voz e deputada do PAN.

Nesse sentido, o PAN pretende estabelecer «um regime de reconversão de parques zoológicos, promovendo a reconversão digital que promova a sensibilização e a criação de centros de conservação e de recuperação de espécies, em ambiente natural, para os animais anteriormente alojados nestes espaços».

«O confinamento a que são sujeitos, seja nos delfinários, seja nos jardins zoológicos, jamais será capaz de reproduzir o seu habitat natural e que manifestem os seus comportamentos naturais, como o fariam na natureza e até em grupo. Estamos a negar aos animais selvagens um direito que deveria ser reconhecido como fundamental: o de viverem em liberdade, junto dos membros da sua própria espécie», remata a porta-voz do PAN.

Para o efeito, a iniciativa do PAN prevê uma «moratória de três anos» para permitir a transição gradual dos parques zoológicos para centros de sensibilização e de conservação e para a criação dos necessários santuários ou até mesmo «para que seja protocolado, se assim se mostrar mais benéfico para as espécies em causa, tentando que as condições se assemelhem, na maioria do possível, com o seu habitat natural».

Durante esse período, os parques zoológicos serão incentivados a implementar medidas de reconversão digital, utilizando tecnologias interativas para proporcionar aos visitantes experiências educativas e informativas, sem a necessidade de manter os animais em cativeiro.

Além disso, prevê-se ainda o reforço dos centros de recolha de animais selvagens existentes, os quais devem ser dotados de recursos e de pessoal qualificado para fornecer cuidados veterinários, promover a reabilitação e a reintrodução de animais na natureza sempre que possível.

«Temos de nos inspirar no exemplo do projeto ZOO XXI, em Espanha, reconhecido internacionalmente como um modelo de reconversão de parques zoológicos em centros de conservação ou de projetos para a criação de santuários naturais para cetáceos na Nova Escócia ou Indonésia e implementar um regime semelhante em Portugal», defende Inês de Sousa Real.

 



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