Lídia Jorge ganha Grande Prémio de Romance e Novela APE/DGLAB com «Misericórdia»

Prémio de 15 mil euros para a consagrada escritora algarvia

O júri do Grande Prémio de Romance e Novela APE/DGLAB decidiu, por unanimidade, atribuir o galardão máximo à obra «Misericórdia» (D. Quixote), de Lídia Jorge, num conjunto de 86 livros admitidos a concurso.

O júri, coordenado por José Manuel de Vasconcelos, era constituído por Isabel Cristina Rodrigues, Maria de Lurdes Sampaio, Mário Avelar, Paula Mendes Coelho e Salvato Teles de Menezes.

«O romance Misericórdia, de Lídia Jorge, é um hino à leitura, à literatura e ao poder transformador de ambas na vida do humano, mas também ao poder da literatura para levantar do chão os desvalidos do tempo e do nosso imaginário social comum», pode ler-se na ata do júri.

«Romance de uma rara maturidade discursiva, não deixa de nos surpreender pela sua aparente simplicidade, a qual exige do leitor um certo modo de afinação ou adestramento capaz de lhe permitir captá-lo na malha da sua discreta complexidade», acrescenta o júri.

O Prémio, atualmente de 15.000 euros, foi já atribuído a 31 autores.

Lídia Jorge vence, pela segunda vez, o Grande Prémio de Romance e Novela APE/DGLAB ‒ 2022, instituído em 1982, que teve, nesta 41.ª edição, os seguintes patrocínios: Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, Câmara Municipal de Grândola, Fundação Calouste Gulbenkian e Instituto Camões.

A cerimónia pública de entrega do Grande Prémio de Romance e Novela APE/DGLAB, será oportunamente, anunciada.

 

 


Lídia Jorge estreou-se com a publicação de O Dia dos Prodígios, em 1980, um dos livros mais emblemáticos da literatura portuguesa pós-revolução. Desde então tem publicado vários títulos nas áreas do romance, conto, ensaio e teatro.

Em 1988, A Costa dos Murmúrios abriu-lhe as portas para o reconhecimento internacional, tendo sido posteriormente adaptado ao cinema por Margarida Cardoso.Entre muitos outros, são de realçar títulos como O Vale da Paixão, O Vento Assobiando nas Gruas (premiado com Grande Prémio de Romance e Novela – 2002), Combateremos a Sombra, Os Memoráveis – obra que tem sido considerada uma poderosa metáfora da deriva portuguesa das últimas décadas –, ou O Livro das Tréguas, a sua estreia na poesia.

Aos seus livros têm sido atribuídos os principais prémios nacionais, alguns deles pelo conjunto da obra, como o Prémio da Latinidade, o Grande Prémio da Sociedade Portuguesa de Autores – Millennium BCP ou o Prémio Vergílio Ferreira.

No estrangeiro, entre outros, Lídia Jorge venceu em 2006 a primeira edição do prestigiado prémio ALBATROS da Fundação Günter Grass e, em 2015, o Grande Prémio Luso-Espanhol de Cultura.

O seu romance Estuário (2018) recebeu o XXIV Grande Prémio de Literatura e foi finalista do Prémio Médicis 2019; e Em Todos os Sentidos (2020) venceu o Grande Prémio de Crónica e Dispersos Literários APE/Câmara Municipal de Loulé.

Em Junho de 2023, recebeu o galardão Prémio Vida Literária APE/Câmara Municipal de Braga.

 

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