Da Dinamarca, com amor e muita vontade de ir à Jornada Mundial da Juventude

“Dias na Diocese” são uma espécie de aperitivo para a JMJ e estão a reunir cerca de 7 mil jovens no Algarve

Padre Sigurd – Foto: Pedro Lemos | Sul Informação

Se, para o padre Sigurd, esta será a quarta Jornada Mundial da Juventude, Shannon Benjamim vive a expetativa da primeira. Com maior ou menor experiência, ambos confessam a ansiedade de participar nesse grande evento da próxima semana, em Lisboa. Até lá, é em Faro que estão, vindos da Dinamarca, com «o amor» como ponto de união.

A Escola Básica Joaquim Magalhães é, desde esta quarta-feira, 26 de Julho, a casa de cerca 150 jovens dinamarqueses, todos da Diocese de Copenhaga.

São perto das 10h00 de sexta-feira e, à porta da escola, todos se preparam para mais um dia de atividades. Sente-se o entusiasmo no ar.

Em segundos, o vasto grupo divide-se: há quem vá para a Praia de Faro, para uma ação de limpeza de chorão, uma planta invasora, e quem fique pela cidade, a recolher beatas de cigarros.

É com estes que vamos.

No Largo de S. Francisco, o trabalho é muito, numa altura em que decorre a Festa da Ria Formosa. Filip Beben é um dos mais ativos. Com uma bandeira da Dinamarca atada à mochila, vai recolhendo dezenas de beatas.

 

Filip, em primeiro plano

 

«Olha, para mim, que fumo, isto é uma grande motivação para parar… ou, pelo menos, para ver onde são os lixos», diz, entre risos.

Filip tem 26 anos e mora na Dinamarca há dois. Nasceu na Polónia e esta será a segunda Jornada Mundial da Juventude em que participa, depois de Cracóvia (2016) no seu país natal.

«As diferenças que noto até agora? Bem, logo à partida, o tempo», diz à reportagem do Sul Informação.

A «hospitalidade» dos portugueses é outro ponto vincado por Filip.

«A organização é excelente. É a primeira vez que venho a Portugal, mas estou espantado com o facto de me fazerem sentir em casa», considera, enquanto acaba de apanhar mais uma beata do chão.

Perto dele, está o padre Sigurd, um dos três sacerdotes que acompanha o grupo.

«Estou a gostar muito desta experiência. Há uma excelente atmosfera e um espírito excelente», diz o sacerdote.

 

 

 

Vestido com uma camisola vermelha, com as quinas e a esfera armilar da bandeira portuguesa, Sigurd conta também como, na sua opinião, Portugal planeou «muito bem esta semana antes da Jornada Mundial da Juventude», através dos Dias na Diocese.

«Esta é a minha quarta Jornada Mundial da Juventude e parece-me que há mais atividades comuns que criam um espírito forte dentro do grupo», confessa.

É também desse espírito que fala Shannon Benjamim, 21 anos, um estreante nestas andanças.

«Tem sido muito bom conhecer melhor os meus colegas, mas há também uma parte espiritual que sinto a crescer», diz, de sorriso no rosto.

Na Dinamarca, a grande parte da população é protestante (cerca de 88%). Estima-se que haja menos de 1% de católicos.

Quando regressar ao seu país, Shannon garante que quer contar aos amigos a experiência «fantástica» que está a viver. «Muitos dos meus amigos não conhecem este espírito e quero muito partilhá-lo».

O jovem dinamarquês está também ansioso por ver o Papa Francisco, em Lisboa.

 

Shannon Benjamim

 

«Mal posso esperar. Tudo isto dá uma imagem da igreja unida. Apesar de ter vindo sem expetativas, sinto que tem sido muito bom estar perto destas pessoas e partilhar o nosso amor», diz.

Do Largo de S. Francisco, o grupo avança para perto do Centro Ciência Viva e Jardim Manuel Bivar, onde vai continuando a recolher beatas. A sua presença não passa despercebida àqueles com quem se vão cruzando, em Faro.

Fernando Gião é quem comanda o grupo. Tem 19 anos, é escuteiro em São Bartolomeu de Messines e voluntariou-se para ajudar as atividades da manhã de sexta-feira.

«Aceitei porque é uma experiência e temos de viver o momento. Acho que é muito bom termos os jovens a fazer atividades para a comunidade», explica.

Apesar de só ter participado na ação de voluntariado de ontem, Fernando garante que está a ser muito «enriquecedor». Ele, que vai à JMJ, também não esconde o entusiasmo de ir a Lisboa.

«Estou muito ansioso porque, além da presença do Papa, haverá várias atividades», diz.

O grupo chega ao Jardim Manuel Bivar, onde se encontrará com os restantes colegas que se dividiram por Faro.

Até segunda-feira, dia em que partirão para a JMJ, ainda haverá feiras, um baile de Verão e uma missa campal, no Estádio Algarve, com os cerca de 7000 jovens que estão no Algarve, nos “Dias na Diocese”.

Para Lisboa, já levarão cinco dias de experiências e de « muito amor», expressão usada por todos.

 

Fotos: Pedro Lemos | Sul Informação

 

 

 

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