PR considera injusto punir classe por radicalização de grupo «muito pequeno» de professores

O Presidente da República sublinhou que seria injusto «punir uma classe pela conduta de um grupo muito pequeno dentro de uma classe»

Foto: Arlindo Homem

O Presidente da República defendeu esta segunda-feira, 12 de Junho, que é injusto punir uma classe pela conduta de um grupo «muito pequeno» de professores que «radicalizaram o seu comportamento», acrescentando que «não ofende quem quer, ofende quem pode».

«Acho que não se pode confundir uma minoria muito pequena de professores que tenham radicalizado o seu comportamento, mas há muito que digo que há um risco para um setor minoritário dos professores que é radicalizar os ataques», referiu Marcelo Rebelo de Sousa, depois de questionado à margem das marchas populares de Lisboa sobre a polémica em torno dos cartazes exibidos durante um protesto de professores que aproveitaram o 10 de Junho para se manifestarem no Peso da Régua e que António Costa considerou «um pouco racistas».

Para Marcelo Rebelo de Sousa, a «maioria esmagadora dos professores, não tem nada a ver com aquilo que seja o comportamento de uma minoria», lembrando que também estava no Peso da Régua e que viu «em 200 professores (…) 20 ou 30 com determinado tipo de comportamento».

O Presidente da República sublinhou que seria injusto «punir uma classe pela conduta de um grupo muito pequeno dentro de uma classe».

«O governo é o primeiro a saber que ao examinar-se a questão dos professores, não é isso que serve de argumento para ter uma posição mais ou menos favorável aos professores», frisou.

Questionado sobre se as imagens dos cartazes presentes no protesto eram racistas, o chefe de Estado referiu que «não ofende quem quer, ofende quem pode».

«Isso significa que só há verdadeiramente ofensa, quem tem estatuto para ofender. Estatuto significa que, verdadeiramente, quando faz o que faz, está a pensar num bem maior», acrescentou.

Marcelo Rebelo de Sousa destacou ainda que no protesto dos professores no 10 de Junho também viu t-shirts com mensagens alusivas a si, garantindo que não se sentiu ofendido.

«Isso não foi falado mas estavam lá. (…) A mim não me ofendem, porque não é quem quer, é quem pode», apontou.

Ao chegar ao local das cerimónias oficiais militares do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas que, este ano decorreram na cidade da Régua, distrito de Vila Real, a mulher do primeiro-ministro Fernanda Tadeu exaltou-se com alguns dos comentários dos professores em protesto.

Inicialmente, António Costa pediu à mulher para não responder aos comentários, mas depois virou-se para trás e gritou «racista», visivelmente exaltado.

Mais tarde, em declarações aos populares que o esperavam, o primeiro-ministro considerou que os protestos fazem «parte da liberdade e da democracia».

«Com melhor gosto, com pior gosto, com estes cartazes um pouco racistas, mas pronto, é a vida», frisou.

 



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