As obras de remodelação da Ermida de Nossa Senhora da Encarnação, em Carvoeiro (Lagoa), serão inauguradas no dia 22 de Julho, com uma ação dinamizada pela comunidade local, intitulada “Passos de Luz entre a Terra e o Céu”.
A ação incluirá dois momentos: uma eucaristia, às 20h30, presidida pelo bispo do Algarve e um evento musical, às 21h30, no anfiteatro ao lado da Ermida, que incluirá a presença de diversos artistas, estando já confirmados a Soul Band, Tiago Neves, Laura Pereira e Miguel Zeferino.
Presente estará, também, a artista plástica Lígia Rodrigues (natural do Porto, mas radicada no Algarve desde 1999), responsável pela conceptualização e execução do projeto de renovação do espaço desta Ermida.
Trabalhando por fases, ao longo dos últimos 11 anos, a artista transformou este pequeno templo, implantado no alto de uma falésia, diante do oceano e erguido depois da destruição pelo terramoto de 1755, a partir da ermida primitiva.
Essa ermida situava-se, de resto, no centro da praça de armas da fortaleza, cuja lápide de edificação tem a data de 1670.
Segundo o historiador João Vasco Reis, «salvou-se a imagem de Nossa Senhora da Encarnação» (que hoje ocupa lugar central no espaço) e o arco talhado em pedra, no presbitério.
A necessidade de uma solução técnica que se aliasse à arte foi a chave que pôs em andamento o processo de transformação deste espaço de culto, artisticamente descaracterizado pelas obras realizadas desde o final da primeira metade do século XX até 1965 que ampliaram a pequena capela ali existente.
Assim, em 2009, o padre José Nunes, pároco de Lagoa e Carvoeiro, convidou Lígia Rodrigues para conceber um retábulo que requalificasse o presbitério e permitisse travar o avanço do salitre na ermida fustigada pelos rigores marítimos.
Foi o momento decisivo de avançar para uma obra bem mais significativa.
«Se não dermos beleza a um lugar de oração, não conseguimos rezar», salienta José Nunes, explicando que a intervenção resultou numa «catequese» onde está «toda a história da Salvação».
Concluída em Outubro de 2020, a obra não foi formalmente inaugurada por causa da pandemia.
De resto, Lígia Rodrigues sempre afirmou que gostaria que o projeto pudesse contribuir ainda mais para a abertura da comunidade católica do Carvoeiro à sociedade, concretamente, às novas gerações e, também, à comunidade estrangeira ali residente.
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