Deloitte instala-se em Faro para prestar serviços diferenciados e de «valor acrescentado»

Multinacional conta ter «150 a 200 pessoas» a trabalhar no seu escritório de Faro a breve trecho

Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

No dia da inauguração, ainda estava vazio, mas em breve estará cheio de trabalhadores altamente qualificados e diferenciados, que irão prestar serviços para todo o mundo, no campo das soluções tecnológicas de ponta. A Deloitte inaugurou o seu escritório de Faro na terça-feira, dia 16 de Maio, e conta “enchê-lo” de talento nacional e internacional nos próximos meses.

O UAlg Tec Campus, no Campus da Penha da Universidade do Algarve, foi o local escolhido por esta multinacional para abrir o seu sétimo escritório em Portugal e o segundo fora das Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto, que terá capacidade para acolher 250 trabalhadores.

«O que nós temos aqui é um escritório da Deloitte que vai funcionar integrado em dois centros mundiais de soluções tecnológicas complexas que nós temos em Portugal, que trabalham não só para clientes e para empresas em Portugal, como também trabalham para fora», revelou aos jornalistas António Lagartixo, diretor executivo e managing partner da Deloitte Portugal, à margem da inauguração das novas instalações.

Ou seja, «uma boa parte do trabalho e dos serviços que vão ser prestados a partir do escritório de Faro, destina-se a clientes de outros países, de outros continentes, e constituirão, nessa medida, exportações, o que para nós é um orgulho».

 

António Lagartixo – Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

E não estamos a falar de um serviço qualquer.

As duas estruturas às quais o escritório de Faro da Deloitte Portugal estará associado «foram os dois primeiros centros mundiais de soluções tecnológicas avançadas [Global Technology Solutions Center]» desta multinacional e nasceram no nosso país.

Estes centros prestam «serviços complexos, de valor acrescentado, que têm que ser prestados por pessoas diferenciadas, pessoas com bastante formação que, naturalmente, também auferem melhores salários».

Ou seja, «não são os chamados Technology Delivery Centers, que estão tipicamente associados a serviços de baixo valor acrescentado e de baixo custo».

«Não é aí que nós nos posicionamos, porque não temos, em Portugal, nem volume de pessoas, nem baixo custo de mão de obra, para poder competir. Nós, em Portugal, não trabalhamos numa lógica de pagar o menos possível às nossas pessoas», assegurou.

 

Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

Numa primeira fase, este novo polo vai acolher «pessoas e profissionais da Deloitte Portugal nas áreas das tecnologias».

«Com este escritório e com as instalações que temos atualmente, poderemos chegar aos 250 colaboradores servidos por esta infraestrutura. A nossa ideia é, rapidamente, conseguir chegar aos 150 ou 200 colaboradores. Este é, digamos, o plano de muito curto prazo», revelou António Lagartixo.

Na verdade, a Deloitte já tem uma força de trabalho em Faro desde 2021, composta pelos jovens que estão a ser formados num Curso Técnico Superior Profissional que a multinacional e a Universidade do Algarve criaram, ao abrigo do programa Brightstart, que visa acelerar competências de alunos que acabaram o secundário e querem prosseguir carreira na área tecnológica.

«Nós, neste momento, temos mais ou menos 40 alunos/profissionais nesses cursos. São duas turmas, uma do primeiro ano e outra do segundo. Vamos arrancar com mais uma ou duas agora em Setembro, pelo que, rapidamente, chegaremos a um universo de 80 a 100 pessoas dentro dessa colaboração que temos com a Universidade do Algarve e com o Instituto Superior de Engenharia», ilustrou o diretor executivo da Deloitte Portugal.

Além destes colaboradores formados ao abrigo do programa Brightstart, «a ideia é termos aqui pessoas com mais experiência profissional, que possam vir de outras de outras zonas de Portugal».

 

Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

Com o passar do tempo, a empresa quer que os agora jovens colaboradores formados pela UAlg se tornem funcionários seniores e que «vão evoluindo profissionalmente. Queremos dar uma carreira às pessoas que vamos contratar aqui para o nosso escritório em Faro».

«Temos igualmente a ambição de trazer pessoas de fora de Portugal, de atrair talento estrangeiro que se possa vir fixar aqui na região do Algarve, para trabalhar conosco», acrescentou.

A partir daqui, «é continuar a crescer em função também daquilo que for, por um lado, a facilidade de captação de novos talentos e, por outro, a capacidade de retenção dos talentos aqui do Algarve».

Para encontrar e formar os talentos que existem na região, as empresas que operem no setor tecnológico e precisem de capital humano podem contar com a Universidade do Algarve, que já oferece duas licenciaturas em engenharia informática, uma no subsistema universitário e a outra no politécnico.

Esta última, explicou Paulo Águas, reitor da Universidade do Algarve, foi criada com o objetivo de dar possibilidade aos alunos do CTESP dinamizado em conjunto com a Deloitte de tirar uma licenciatura.

Mesmo com esta duplicação, a UAlg não tem tido dificuldade em recrutar alunos para preencher as vagas, já que ambas as ofertas «são um sucesso».

António Lagartixo não poupou, de resto, elogios às Instituições de Ensino Superior e à qualidade dos alunos que formam, que considerou determinante para atrair empresas como a Deloitte para o nosso país.

Paulo Santos, vice-presidente da Câmara de Faro, que também é parceira do UAlg Tec Campus, destacou a vontade da autarquia em apoiar a continuidade e eventual crescimento da empresa, no Algarve.

Neste momento, as instalações do Tec Campus estão cheias, apesar de haver solicitações de empresas para garantir  um espaço neste centro de aceleração de negócios.

Dessa forma, a Câmara de Faro quer avançar «o mais brevemente possível» para a expansão do polo tecnológico para um terreno vizinho, junto às piscinas municipais, onde será construído um novo edifício num lote de 12 mil metros quadrados.

 

Fotos: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

 

 

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