22 «eleitos» de novo curso da UAlg vão estar a trabalhar na Deloitte daqui a meses

UAlg criou uma nova oferta formativa de cinco anos, que alia um Curso Técnico Superior Profissional e uma licenciatura, em parceria com a Deloitte

Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

Na segunda-feira, dia 4 de Outubro, 22 alunos entraram numa sala do complexo de Engenharia Civil do Instituto Superior Engenharia da Universidade do Algarve, no Campus da Penha, em Faro. Mas o número de jovens que se candidatou a estar naquelas cadeiras, a estrear o novo Curso Técnico Superior Profissional (CTeSP) em Tecnologias Informáticas, que a UAlg promove em parceria com a Deloitte, foi quatro vezes superior.

«Vocês são os eleitos. Havia mais de 90 candidatos [96] e nós escolhemos cada um de vocês. Se estão aqui hoje, é porque merecem», ilustrou António Mortal, diretor do Instituto Superior de Engenharia da UAlg, no discurso de boas vindas aos alunos, no primeiro dia do ano letivo e na primeira aula de sempre deste novo curso, que o Sul Informação acompanhou.

A mensagem de acolhimento deste docente, mais do motivacional, é de enquadramento. É que este não é um CTeSP qualquer e tem caraterísticas inovadoras em relação à demais oferta formativa da universidade algarvia, dos diferentes ciclos.

 

António Mortal a dar as boas vindas aos alunos

 

Por um lado, é um curso de cinco anos, que, além da parte de TeSP, contempla uma licenciatura de três anos na área das Tecnologias Informáticas e tem uma forte componente prática. Logo no segundo semestre deste ano letivo, vai proporcionar uma experiência de trabalho real aos seus alunos.

Por outro lado, é uma oferta que foi estruturada a pensar nas necessidades de um setor económico, através da parceria com uma empresa, neste caso a Deloitte, que assume «todos os custos académicos» da formação, além de oferecer o material necessário, nomeadamente computadores portáteis «iguais ao de qualquer trabalhador nosso».

Quem o garante é Karla Albuquerque, manager da Deloitte Portugal, que esteve em Faro na segunda-feira, para acolher os alunos, em nome da empresa – e, claro, para trazer os computadores que os alunos receberam.

«Este é um curso de aceleração de competências técnicas. Os alunos vão fazer um curso técnico, muito voltado para a programação, em que a Deloitte financia todos os custos académicos. Eles também recebem uma bolsa de estudo. Receberam agora os portáteis e vamos prepará-los para o mercado profissional», explica a representante da multinacional.

 

Karla Albuquerque

 

Quando Karla Albuquerque diz que a empresa pagará os custos académicos do curso, está a falar do pacote completo.

Afinal, os alunos, além da bolsa de longa duração, usufruem de isenção de todos os custos académicos, incluindo as propinas mensais e taxas de inscrição no CTeSP, com a Deloitte a assumir todos estes custos.

O valor da bolsa é progressivo e depende do desempenho académico-profissional do estudante ao longo do curso.

No primeiro semestre, os estudantes «vão estar em aulas a full-time, durante todo o dia. A partir do segundo semestre até ao final do curso, vão estar divididos numa vertente académica, com aulas, e também na vertente profissional, onde vão participar de projetos reais da Deloitte».

No fundo, o que a Deloitte está a fazer, alicerçada na UAlg, que garante o conhecimento e a parte pedagógica, é aquilo que se chama «um early recruitment. Os profissionais de informática estão muito escassos e nós queremos apostar nesta área. Então, em vez de lamentar que não há profissionais, estamos aqui a investir e a apostar nesses novos talentos. Estamos a ensiná-los, a passar conhecimento numa área em que hoje em dia há muita procura no mercado profissional».

 

 

«No final do curso, não só vão ser licenciados na área das tecnologias informáticas, como também vão ter quatro anos e meio de experiência profissional. Desta forma, o valor deles no mercado vai ser maior do que um recém-licenciado, porque já vão ter experiência numa empresa como a Deloitte», acrescentou Karla Albuquerque.

Para isso, a empresa precisa da UAlg, neste caso do ISE, onde não só há os docentes e conhecimento para que os alunos tenham o enquadramento teórico-prático necessário, como também há as vantagens que o subsistema Politécnico confere a quem quer ter uma formação mais orientada para o mercado de trabalho.

«Esta é uma parceria que nos foi proposta pela Deloitte e que tivemos muito gosto em acolher na universidade. Tem as particularidades que a Karla acabou de referir, em termos de assistência aos alunos, das bolsas, etc, mas também tem a particularidade de poder vir a ter a tal licenciatura de continuidade. Estamos a tratar disso, ainda não está oficializado, mas será na área da Informática», revelou Pedro Cardoso, coordenador do curso e docente do ISE.

O professor da UAlg acrescentou que este «é um programa de cinco anos, no qual eles fazem um CTeSP de dois anos e depois têm os tais três anos para completar a licenciatura, dentro da área da informática».

Quanto à futura licenciatura, ainda em fase de acreditação, «a Deloitte teve um papel importante na definição de alguns dos objetivos desse curso».

 

Pedro Cardoso

 

Até porque a ideia é que os alunos nunca parem de trabalhar – e de ganhar por isso – enquanto estudam, uma vez que, segundo Karla Albuquerque, «terão sempre a bolsa, ao longo dos cinco anos».

Ou seja, durante o curso, incluindo  a licenciatura, estes jovens poderão «ser considerados trabalhadores a tempo parcial».

«Aqui no Curso Técnico Superior Profissional, eles vão ganhar um ano de créditos para a licenciatura. Isso permite fazer os três anos a tempo parcial, para completar a sua formação».

E quem são, afinal, os eleitos?

Tendo em conta os testemunhos que o nosso jornal recolheu, têm todos em comum uma paixão pela informática e alguns conhecimentos na área.

 

Gonçalo

 

Gonçalo Pego, de 18 anos, veio da Escola Secundária de Tavira e não teve dúvidas na hora de escolher o curso que pretendia tirar.

«Queria seguir algo relacionado com a área da Informática, sempre foi esse o meu sonho. Por isso, escolhi o Curso Técnico Superior Profissional (CTeSP) em Tecnologias Informáticas», contou ao Sul Informação este aluno do novo curso da UAlg, adiantando que quer seguir os estudos e concluir a licenciatura.

 

Rute

 

Rute, de 19 anos, que sempre viveu em Faro, mas acabou o secundário no Externato Séneca, em Lisboa, no regime de ensino à distância, soube do curso através de «um amigo da mãe».

«Tenho muito interesse por esta área e queria tirar um curso há muito tempo. Quando soube desta oportunidade, decidi logo apostar nela», revelou.

 

Bruno ao lado de David, que também veio da Secundária de Loulé

 

Bruno Gonçalves, também de 19 anos, tirou o curso técnico de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos, na Escola Secundária de Loulé, e decidiu prosseguir os seus estudos na universidade algarvia.

«Gosto de programação, de fazer coisas novas e de estar sempre a aprender. Encaro esta oportunidade como um desafio de poder trabalhar numa empresa com um grande nome como a Deloitte», diz Bruno.

 

Fotos: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

 

 



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