Desta vez, garante Isabel Palmeirim, a decisão é «irrevogável». A diretora da Faculdade de Medicina e Ciências Biomédicas da Universidade do Algarve (UAlg) e do Mestrado Integrado em Medicina demitiu-se do cargo, pela segunda vez, e aponta o dedo ao Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) que «não mudou de atitude».
A decisão foi comunicada à comunidade académica esta sexta-feira, 31 de Março, num mail a que o Sul Informação teve acesso.
Contactada pelo nosso jornal, Isabel Palmeirim queixou-se de que o CHUA continua a «não proceder à acreditação dos serviços», o que tem um «impacto muito negativo no curso de Medicina, levando os alunos a terem de ir para outros hospitais». A maior parte está, atualmente, a estagiar no Hospital Garcia de Orta, em Almada.
Quando se demitiu, em Agosto, na sequência de uma carta anónima dos alunos, a diretora da Faculdade de Medicina acabou por permanecer no cargo, com a «esperança de que algo mudasse», por parte do CHUA.
«Não aconteceu. Continua a não haver comunicação com este Conselho de Administração. Assim sendo, não se percebe qual é o raciocínio de base de criação deste concurso – de reter os profissionais – e deixei de perceber o que estou a fazer aqui», lamentou-se.
O Sul Informação também falou com Paulo Neves, vogal do Conselho de Administração do CHUA, que se referiu à nova demissão de Isabel Palmeirim como «um assunto completamente requentado».
Questionado sobre se o Centro Hospitalar Universitário do Algarve tem ou não os serviços acreditados, disse que esse é um «assunto encerrado», acerca do qual já foram «prestadas contas» na Assembleia da República.
«Não é neste contexto que vamos retorquir seja o que for. Se falarmos é sobre a nossa casa, não sobre outra. Falarei sobre a minha quando entender que for altura e, sobre essa matéria, não estou a pensar que estamos a condicionar quem quer que seja», disse Paulo Neves.
O Sul Informação sabe, de resto, que o CHUA continua a receber alguns estagiários e também a formar médicos internos.
Quanto à demissão de Isabel Palmeirim, já foi aceite pelo reitor da Universidade do Algarve.
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