Obra sobre a preservação do artesanato algarvio ganha Prémio Manuel Gomes Guerreiro

Livro foi escrito por Graça Palma e Susana Martins

Projeto TASA (Arquivo)

A obra “RED BOOK, Lista Vermelha das Atividades Artesanais Algarvias”, de Graça Maria dos Santos Palma e Susana Calado Martins, é a vencedora do Prémio Manuel Gomes Guerreiro. A distinção vai ser entregue na quarta-feira, dia 14, na  sessão solene do 43º aniversário da Universidade do Algarve, agendada para as 16h30, no  Grande Auditório Caixa Geral de Depósitos, do Campus de Gambelas da instituição, em Faro.

Também serão atribuídas duas menções honrosas às “Computational Innovation Studies: Understanding innovation studies through novel scientometric approaches”, de Ana Teresa Martins Sousa Santos, e “Technological Change, Efficiency and Energy”, de Zheng Hou.

Esta é a segunda edição deste prémio, organizado pela Universidade do Algarve, com o patrocínio das Câmaras de Faro e de Loulé, que está de regresso após dois anos de interregno, devido à pandemia.

O prémio tem um valor pecuniário único de 10 mil euros e destina-se «a galardoar uma obra publicada, livro ou tese de doutoramento, que contribua para o desenvolvimento científico numa das áreas de conhecimento da Universidade do Algarve», segundo a UAlg.

Graça Palma e Susana Martins realçam «em primeiro lugar, o mérito próprio de valorizar e partilhar o conhecimento em relação a temáticas tão caras ao Professor Manuel Gomes Guerreiro, como o ambiente, os territórios de interior e a sustentabilidade».

Manuel Gomes Guerreiro foi o primeiro Reitor da UAlg e «uma das mais destacadas figuras do Algarve do século XX, não só como cidadão, mas também como cientista».

No caso deste estudo em particular, explicam as autoras, «é uma oportunidade para disseminar um trabalho pioneiro no que se refere a um estudo científico sobre o grau de risco que correm as atividades artesanais do Algarve e que, por isso, consideramos ser um instrumento de trabalho fundamental para agir no sentido da sua salvaguarda».

As premiadas consideram que «é muito gratificante ver reconhecido um trabalho que vem na sequência de uma intervenção que temos desenvolvido nos últimos nove anos, no âmbito do Projeto TASA, e que nos permitiu ter um contacto muito próximo com uma realidade que há muito defendemos ser necessário conhecer para compreender e desse modo poder salvaguardar».

Presidido pelo vice-reitor para a investigação e cultura da UAlg, Nuno Bicho, o júri da edição de 2022 é composto por Francisco Louçã, professor catedrático de Economia no Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) da Universidade de Lisboa; Helena Pereira, presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT); Luís Raposo, arqueólogo e presidente do ICOM Europa; Maria do Carmo Fonseca, professora catedrática na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa; Maria Eduarda Gonçalves, professora catedrática no ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa; e Zita Vale, professora coordenadora principal do Instituto Superior de Engenharia do Politécnico do Porto.

Nuno Bicho, em representação do Júri, explicou que não foi nada fácil para o júri escolher entre as 19 obras a concurso. «Foi até muito difícil devido à grande qualidade de várias obras apresentadas».

Em relação ao prémio, «o júri decidiu atribuí-lo ao trabalho “Red Book – Lista Vermelha das Atividades Artesanais do Algarve” devido à qualidade do trabalho, muito atual e que defende o património cultural da tradição artesanal portuguesa, em particular do Algarve; e também devido ao impacto que poderá ter na região, na preservação das tradições etnográficas, bem como no potencial de desenvolvimento económico que pode advir deste trabalho», explica Nuno Bicho.

As duas menções honrosas foram atribuídas a dois jovens investigadores pelas suas teses de doutoramento.

«Ambas as teses demonstram uma grande qualidade científica, bem como um potencial elevado ao nível do impacto económico e societal. O Júri pensou que seria relevante distinguir estas duas obras de forma a reconhecer a importância dos jovens investigadores no mundo da ciência», acrescentou.

 

 



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