Cristãos, desde reis e nobres a artesãos e plebeus, mas também os mouros que traziam produtos exóticos para terras lusas, vão voltar a levar Castro Marim de volta aos Dias Medievais, entre os dias 24 e 28 de Agosto, numa edição do evento em que as vertentes de recriação histórica, mas também ambiental, serão reforçadas.
Depois de dois anos de interregno, o evento volta em força, com cinco dias de duração e os vários elementos com que habituou o público nas mais de duas dezenas de edições anteriores.
Mas também há novidades, desde logo uma maior aposta na segurança e na vertente ambiental, mas também ao nível do próprio recinto, do esforço de recriação e até dos grupos profissionais que ajudam Castro Marim a voltar à época medieval por alguns dias.
«Uma das grandes novidades são dois grupos internacionais, que irão substituir outros que estavam antes. Outra é que vamos ter um acampamento árabe nas encostas do Forte de S. Sebastião, de maior dimensão, para mostrar aquilo que seria a transição da cultura árabe para a medieval», segundo Filomena Sintra, vice-presidente da Câmara de Castro Marim e vereadora responsável pelo pelouro da Cultura.
O Acampamento Árabe do Sheik F’Al Káyd mostrará o quotidiano de uma caravana árabe de comércio de sal e especiarias de passagem por Castro Marim.
No Forte de S. Sebastião propriamente dito, decorrerá outra recriação histórica, neste caso, a do dia-a-dia de uma guarnição militar e civil do século XVII.
De 25 a 28 de Agosto, a partir das 16h00, será possível assistir à recriação, mas também às exposições temáticas “Estábulo – Cavalo Lusitano”, “Taverna – Os Soldados do Terço – A Guarnição”, “Taracena – Dos piques à pólvora” e “Celaria – As Ordenanças”.
Nos mesmos dias, o público que se dirigir a esta fortaleza também terá a oportunidade de assistir a demonstrações de esgrima e equitação (18h00).
Ainda assim, a ação principal decorre no castelo, onde se aposta bem forte na componente de recriação histórica.
«Acreditamos que o rigor e a autenticidade do Castelo continua a fazer a diferença nas recriações que são feitas em Portugal», diz Filomena Sintra.
Durante os dias do evento, o castelo de Castro Marim ganha uma nova vida, com bancas que dão a conhecer algumas das artes e ofícios da época medieval, desde almocreves a tosadores, passando por tanoeiros, ferreiros, marceneiros, pedreiros, oleiros, cesteiros e muito mais.
É também aqui que acontecem as justas e os torneios medievais, garantidos por grupos de animação profissionais, bem como outro dos elementos que diferencia este evento: os banquetes.
«Vamos manter os banquetes medievais, com o mesmo rigor de sempre. Em 2019, introduzimos a iniciativa “Seja Rei Por um Dia”, para recriar aquilo que seria a mesa real, que foi um sucesso e que já está à venda», revelou a vice-presidente do município.
A Câmara também reforçou a componente de animação para as crianças, que tomará a forma de um acampamento dos petizes, oficinas, jogos, carrosséis e contadores de história, que pode ser visitado a partir das 20h00, no dia 24, e a partir das 18h00, nos outros quatro dias de evento, na vila, junto à Igreja Matriz, e no Castelo, próximo da loja medieval.
«Também apostámos em afirmar ainda mais a vertente de eco evento. O papel para os materiais impressos é todo reciclado, as coroas passam a levar metade do papel e todos os estabelecimentos aderentes passam a usar copo de cartão. Estamos a falar milhares de copos de plástico que serão suprimidos», revelou a vice-presidente.
Outra grande aposta foi «na área da segurança. Contratámos, em simultâneo, a GNR, os bombeiros e a Cruz Vermelha. Temos, inclusivamente, três desfibrilhadores no recinto».
«Também reduzimos a densidade de ocupação de algumas áreas. Poderá parecer que há menor afluência, mas isso dever-se-á ao facto de termos dispersado mais os vendedores, que serão em igual número. Afinal, a pandemia ainda não terminou», concluiu Filomena Sintra.
Programa Completo dos Dias Medievais de 2022:
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