Portimão celebra 100 anos da Ponte Ferroviária com inteiro postal, exposições e tertúlia

A ponte foi inaugurada a 30 de Julho de 1922

Um inteiro postal, duas exposições e uma tertúlia. Portimão vai celebrar, a partir de 30 de Julho, os 100 anos da Ponte Ferroviária que permitiu levar o comboio a esta cidade – e também a Lagos.

O programa de comemorações, preparado pelo Município de Portimão em parceria com os CTT – Correios de Portugal, tem início às 15h00 de sábado, dia 30 de Julho, no Centro Paroquial da Nossa Senhora do Amparo, com a inauguração da exposição “Filatelia Ferroviária”, a cargo da AFAL – Associação Filatélica do Algarve, e que ficará patente até 4 de Agosto.

Neste local, ainda sobre esta mostra, está previsto o lançamento de um carimbo comemorativo, em ato público que decorrerá às 16h00 do dia 4.

A programação de 30 de Julho prossegue às 16h00 no Museu de Portimão, onde será inaugurada a exposição “100 anos – Ponte Ferroviária de Portimão” e lançado o selo inteiro postal comemorativo da efeméride, com uma tiragem de 3.000 exemplares e uma taxa de N20g, correspondente ao valor facial de 0,57 euros, numa cerimónia em que marcará presença Pedro Mota, representante do Posto dos CTT – Gil Eanes.

 

 

O Inteiro Postal é constituído por uma composição gráfica com elementos do passado que enaltece a história desta via de acesso, ao longo das últimas 10 décadas. No verso do Postal, está impresso o Selo Comemorativo dos 100 anos da Ponte Ferroviária.

Seguir-se-á, no mesmo espaço cultural, a partir das 17h00, a tertúlia “A ponte ferroviária de Portimão faz 100 anos!”, promovida pelo Grupo de Amigos do Museu de Portimão e apresentada por José Gameiro, diretor científico deste museu, culminando com a partilha do bolo do centésimo aniversário.

A tertúlia abordará os acontecimentos que antecederam e tornaram possível a tão aguardada ponte ferroviária da então Vila Nova de Portimão e o seu papel a diversos níveis durante este já longo período, constituindo igualmente uma oportunidade de reflexão sobre a importância da ferrovia no contexto atual, face aos desafios da mobilidade sustentável.

As comemorações do primeiro centenário da ponte ferroviária pretendem recordar, sobretudo, o longo período de reduzidas e difíceis vias de acesso entre o Algarve, Portimão e o resto do país, como chegou a dar conta o antigo Presidente da República e escritor portimonense Manuel Teixeira Gomes.

 

 

Na edição de 1909 do seu livro “Gente Singular”, o estadista referia-se da seguinte maneira à penosa odisseia e ao autêntico calvário, que representava essa viagem, antes do comboio chegar à região algarvia: “Duríssima travessia! A linha férrea mal chegava a Beja, onde se tomava a dolorosa diligência de Mértola que, por seu turno, transbordava os viajantes num vaporzinho manhoso sobre o qual se descia o Guadiana até à foz, e dali, na pombalina Vila Real de Santo António, outra diligência nos joeirava os já desconjuntados ossos pelo decurso das muitas horas necessárias a alcançar Faro”.

66 anos após a inauguração da primeira linha do caminho-de-ferro em Portugal, entre Lisboa e o Carregado, no ano de 1856, seria graças à conclusão da ponte ferroviária sobre o rio Arade que os portimonenses puderam ter uma estação na sua própria terra.

«Isso possibilitou que não mais necessitassem de atravessar a ponte rodoviária para irem, nas antigas carrinhas, apanhar o comboio na margem esquerda do rio, na estação de “Ferragudo-Parchal” que anteriormente, entre 1903 e 1922, era denominada como “Portimão”, e designada como a estação terminal do então ramal “Tunes-Portimão”», recorda a Câmara de Portimão.

Em 1915, arrancaram as obras daquela que seria a maior travessia ferroviária de Algarve, com os seus 303 metros, estruturada em seis tramos de vigas metálicas assentes em pilares de cantaria.

A ponte acabou por ser inaugurada a 30 de Julho de 1922.

 

 

 



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