CCDR/Algarve lamenta morte do poeta algarvio Gastão Cruz

O percurso do poeta foi reconhecido por diversas vezes com vários prémios

A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve lamentou a morte do poeta algarvio Gastão Cruz, ocorrida no passado domingo, 20 de Março.

Natural de Faro, Gastão Santana Franco da Cruz nasceu em 1941 e licenciou-se em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Foi professor do ensino secundário até reformar-se da docência em 2000 e leitor de Português no King’s College, pertencente à Universidade de Londres.

A sua carreira como poeta inicia-se nos anos sessenta como membro do coletivo Poesia 61 (que reunia também Casimiro de Brito, Fiama Hasse Pais Brandão, Luiza Neto Jorge e Maria Teresa Horta), contribuindo para a renovação da linguagem poética portuguesa.

Além da atividade letiva, notabilizou-se como igualmente como crítico literário, coordenando a revista Outubro e colaborando em vários jornais e revistas – Seara Nova, O Tempo e o Modo ou Os Cadernos do Meio-Dia (editados sob a direção de Casimiro de Brito e António Ramos Rosa).

«Posteriormente, essa colaboração foi reunida em volume, com o título A Poesia Portuguesa Hoje (1973), o qual permanece como uma referência para o estudo da poesia portuguesa da década de sessenta», recorda a CCDR/Algave.

Com uma forte ligação ao teatro, foi um dos fundadores do Grupo de Teatro de Letras, em 1965, e cofundador do Grupo de Teatro Hoje (1976-1977), encenando peças de Crommelynck, Strindberg, Camus, Tchekov e adaptou Uma Abelha na Chuva (1977), de Carlos de Oliveira.
Como tradutor, Gastão Cruz traduziu obras de William Blake, Jean Cocteau, Jude Stéfan e Shakespeare. Na segunda metade dos anos 90 foi requisitado para divulgar a literatura portuguesa nas escolas.

O seu percurso foi reconhecido por diversas vezes, nomeadamente a obra Rua de Portugal que recebeu o Grande Prémio de Poesia CTT – Correios de Portugal, atribuído pela Associação Portuguesa de Escritores (APE), em 2002. Em 2009, A Moeda do Tempo mereceu o Prémio Correntes d’Escritas. Em 2018, foi distinguido com a Medalha de Mérito Cultural atribuída pelo Ministério da Cultura.

Em 2019, volta a ser distinguido pela APE, sendo o primeiro distinguido com o Grande Prémio de Poesia Maria Amália Vaz de Carvalho, pela obra Existência, recebe o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, atribuído pelo Presidente da República, e a Medalha de Ouro da Cidade de Faro, vencendo a VII edição do Prémio Nacional de Poesia António Ramos Rosa, organizado pelo Município de Faro.

 



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