Já há acordo sobre localização da ponte entre Alcoutim e Sanlúcar

Câmara de Alcoutim vai receber adiantamento de 100 mil euros para realizar estudos geotécnicos da obra

A Câmara de Alcoutim vai fazer os estudos geotécnicos necessários para avançar com o projeto da futura ponte internacional que ligará este concelho do Nordeste algarvio a Sanlúcar de Guadiana, na margem andaluza do Guadiana, numa altura em que já há um pré-acordo entre Portugal e Espanha quanto ao corredor para execução da obra, que deve ser oficializado «muito em breve».

Para que este processo, que se quer célere, possa avançar, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve e o Município de Alcoutim assinaram na sexta-feira, dia 11 de Fevereiro, a transferência de 100 mil euros para a autarquia, à laia de adiantamento, para realizar os estudos de preparação do projeto da nova ponte.

Esta é uma pequena parte dos cerca de 9 milhões de euros necessários para construir esta nova ligação, que deverão ser garantidos, na íntegra, pelo Plano de Recuperação e Resiliência.

Como explicou ao Sul Informação Osvaldo Gonçalves, presidente da Câmara de Alcoutim, esta é «a concretização de um daqueles passos que estavam no cronograma do contrato que foi estabelecido com a CCDR».

«Esse documento prevê uma antecipação de verbas, para nos permitir assumir as despesas relacionadas com as várias fases do projeto», lembrou.

«Já fizemos o levantamento topográfico. Agora, precisamos de avançar para o estudo geotécnico dos dois lados do rio, de modo a podermos lançar o concurso para o projeto de execução e de avaliação ambiental», revelou, por seu lado, José Apolinário, presidente da CCDR do Algarve.

 

 

Este passo é possível devido ao trabalho de casa que foi feito de articulação com as autoridades espanholas.

«Estamos num bom ritmo de conversação com as autoridades espanholas, que têm uma organização administrativa muito diferente da nossa. Temos ali três entidades que têm responsabilidades. Isso torna as coisas mais complexas, em termos administrativos», enquadrou Osvaldo Gonçalves.

No entanto, tem havido avanços significativos.

«Temos o corredor balizado, definido e vamos avançar já com os estudos. Ou seja, temos aqui um pré-acordo definido, que será formalizado num protocolo que iremos assinar muito em breve, se tudo correr bem», disse ao nosso jornal o edil alcoutenejo.

A localização que reúne o consenso é a Norte de Alcoutim e Sanlúcar de Guadiana, que é a zona «que menos problemas causará, quer ao nível do impacte ambiental, quer ao nível de execução da obra e dos custos. Penso que nisso estamos todos bem alinhados».

Apesar das conversações com os vizinhos espanhóis estarem «a correr bem», do lado português há uma outra preocupação, bem mais premente.

«Naturalmente, da nossa parte, gostaríamos que isto andasse a um ritmo mais elevado. Temos consciência de que há aqui uma luta contra o tempo, porque temos de ter o projeto de execução aprovado em meados de 2023. A CCDR do Algarve e o município de Alcoutim, em conjunto com o Ayuntamento de Sanlúcar, temos feito tudo o que está ao nosso alcance para concretizar o que foi uma decisão política dos dois Governos em cimeira», garantiu José Apolinário.

«Fizemos agora a transferência para o município de Alcoutim porque temos de ter os estudos geotécnicos concluídos até final de Março, para avançarmos com o concurso do Estudo de Impacte Ambiental e do projeto de execução. Temos de ter esses trabalhos prontos em meados de 2023. O Plano de Recuperação e Resiliência tem datas e metas que são condicionantes para se passar à fase seguinte», acrescentou o presidente da CCDR do Algarve.

 

 

 



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