São Brás de Alportel promove obras de restauro e colocação de novos vitrais na Igreja Matriz

Câmara Municipal apoiou a Paróquia para que piudessem avançar trabalhos de conservação e restauro, bem como a compra de vitrais

A Igreja Matriz de São Brás de Alportel, edifício em vias de classificação, recebeu esta semana a visita de acompanhamento e avaliação das intervenções de restauro em curso, para conhecer as intervenções de restauro que aí estão a ser realizadas.

Nesta visita participaram técnicos da Direção Regional de Cultura do Algarve e dos Gabinetes Municipais de reabilitação urbana e arqueologia do Município de São Brás de Alportel, d prior António Farias e a vice-presidente da Câmara Marlene Guerreiro,

Na continuidade da parceria que há muito vem sendo desenvolvida, em prol da preservação e valorização do património religioso, o Município e a Fábrica da Igreja Paroquial de São Brás de Alportel assinaram, no passado dia 28 de outubro, um protocolo de colaboração.

Através desse protocolo, ficou estabelecido que o Município apoia a Paróquia em 20.300 euros, para o restauro de um «conjunto de interessantes frescos, colocados recentemente a descoberto, aquando da intervenção de restauro do retábulo do Senhor dos Passos da Igreja Matriz».

Este valor de apoio teve ainda em conta um investimento da paróquia na aquisição de mais vitrais para adornar as janelas da Igreja Matriz.

Estas intervenções, segundo a autarquia, «permitem executar a estratégia municipal relativamente à preservação e valorização do património do concelho de São Brás de Alportel, constituindo enorme relevância a valorização da Igreja Matriz, edifício em fase de classificação, dada a sua importância na compreensão da história».

A Igreja é também um dos «espaços mais visitados e que mais interesse suscita no Centro Histórico de São Brás de Alportel, traduzindo-se assim, igualmente, num investimento na promoção do turismo no concelho tanto a nível cultural como ao nível do turismo religioso».

«O património religioso constitui-se num valioso legado da nossa história e identidade local, representando igualmente um dos principais polos de atração turística do município, cuja preservação tem sido encarada como fundamental pela Câmara Municipal», salienta ainda a autarquia.

O Município está a preparar materiais informativos e pretende criar um roteiro de visita à Igreja Matriz.

 

A história da Igreja Matriz de São Brás de Alportel

As origens da Igreja Matriz de São Brás de Alportel remontam, provavelmente, ao séc. XV. No entanto, só nos princípios do século seguinte surgem as primeiras referências documentais, referindo o Visitador da Ordem de Santiago em 1518 “que os fregueses e moradores da dita Igreja a fizeram e edificaram de novo”.

Em 1554, foi reedificada, passando a ter três naves e cinco tramos, com arcarias plenas assentes em colunas de cantaria com capitéis toscanos.

O terramoto de 1755 causou-lhe danos consideráveis. Uma nova campanha de obras ocorreu em 1799, acrescentando-se mais um tramo e construindo-se um novo frontispício.

Em 1875, efetuou-se o último acrescentamento deste templo. Desta vez destruiu-se a capela-mor levantando-se um largo transepto, uma nova ousia, sacristia e diversas arrecadações.

O portal lateral de acesso ao exterior, situado no lado do evangelho, é de calcário e destaca-se o desenho da moldura, ao gosto tardo barroco com lacrimais nas ombreiras e verga arqueada, rematada por um friso interrompido, é o testemunho da campanha executada após o terramoto de 1755.

De realçar o eixo marcado pelo portal de entrada, pelo janelão com remate triangular e por um expressivo frontão que se insere no barroco tardio, onde pontuam, entre outros elementos, as urnas funerárias.

No batistério, encontra-se um retábulo em mármore, que segue o formulário neoclássico. Trata-se de um exemplar de grande qualidade e pouco frequente na região algarvia, pois são raros os retábulos em mármore.

Na capela-mor, estão colocadas quatro telas seiscentistas pintadas, numa delas está representada a Santíssima Trindade. Dignas de nota são três esculturas que representam o arcanjo São Miguel, São Libório e Santa Eulália, todas seiscentistas.

O templo encontra-se enquadrado num agradável jardim em socalcos.

 

 



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