Legislativas: CNE garante condições para o voto em «absoluta segurança»

CNE reiterou que «não há justificação» para que os cidadãos deixem de votar

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) assegurou hoje que o voto nas eleições legislativas deste domingo «é seguro» e defendeu que todos os eleitores «devem votar, independentemente de estarem em isolamento» devido à Covid-19.

«Apesar de estas eleições ainda se realizarem no contexto da pandemia de Covid-19, estão reunidas todas as condições para que o voto seja exercido em absoluta segurança», afirmou a substituta do presidente da CNE, Vera Penedo, sublinhando que «os locais de votação foram preparados de modo a não existirem condições favoráveis ao contágio».

Numa conferência de imprensa realizada no auditório Almeida Santos, na Assembleia da República, em Lisboa, destacou que «foram fornecidos aos membros de mesa e demais pessoas envolvidas no processo os equipamentos de proteção individual» e apelou aos cidadãos para respeitarem as recomendações das autoridades de saúde, notando ainda que «estarão disponíveis máscaras para as pessoas que as solicitem» nas assembleias e secções de voto.

«As votações antecipadas decorreram de forma tranquila. Sublinha-se, também, que a campanha eleitoral se desenrolou sem incidentes, tendo as candidaturas tido a oportunidade de apresentar as suas propostas e programas num quadro de normalidade democrática», referiu a dirigente da CNE, acompanhada ainda pelo porta-voz do organismo, João Tiago Machado, e pelo secretário da comissão, João Almeida.

A CNE relembrou ainda que desde o início da pandemia, em Março de 2020, já se realizaram diversos atos eleitorais no país «sem que tenha sido identificado pelas autoridades competentes qualquer surto» de Covid-19 e reiterou que «não há justificação» para que os cidadãos deixem de votar.

Por outro lado, a entidade supervisora das eleições admitiu «casos pontuais» em que «poderão formar-se filas ao início da manhã» deste domingo, por causa da necessidade de as mesas de voto fazerem a descarga nos cadernos eleitorais dos eleitores que votaram antecipadamente e a introdução dos respetivos boletins nas urnas, deixando, por isso, uma orientação às pessoas: «Recomenda-se a quem o puder fazer que exerça o seu direito fora daquele período».

Questionado sobre o controlo das pessoas que estarão nas mesas de voto, João Almeida esclareceu que «não há nenhuma obrigação de serem testados» para deteção do vírus SARS-CoV-2 e acrescentou que «não seria muito eficaz», reforçando a segurança do ato eleitoral.

«Este é um problema real que esperamos que seja ultrapassado. Para ir votar, o tempo de contacto com outras pessoas, o número de pessoas com que se contacta, é muito inferior ao que acontece numa simples compra de rotina de supermercado».

Perante um eventual défice de elementos presentes nas mesas de voto espalhadas pelo país por estarem com Covid-19, o responsável notou que «a lei não prevê formas de reforço», mas mostrou-se tranquilo quanto à normalidade do processo eleitoral.

«Em freguesias há bolsas de cidadãos que se inscreveram voluntariamente e qualquer cidadão eleitor pode ser nomeado para ficar na mesa. O processo é muito simples», esclareceu.

Paralelamente, a CNE recusou pronunciar-se sobre a forma como decorreu a campanha eleitoral dos diferentes partidos, nas quais foram frequentes as arruadas com grande concentração de pessoas e sem distanciamento de segurança para evitar o contágio.

«A campanha é livre e os responsáveis são os seus promotores. Isso é uma matéria mais para a Direção-Geral da Saúde (DGS). As funções da CNE não é estar a vedar ações de campanha. A propaganda em Portugal é e continuará a ser livre. Essa é uma responsabilidade dos promotores desses eventos, que têm de tomar as suas medidas de acordo com as instruções da DGS. Não nos compete a nós ajuizar ações de campanha», concluiu João Tiago Machado.

 



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