Se acha que tem Covid-19 ou se teve um autoteste positivo, não se dirija, em nenhuma circunstância, às urgências dos hospitais do Algarve, apela Ana Varges Gomes, a presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário do Algarve.
É que, disse ao Sul Informação a responsável máxima pela gestão dos hospitais públicos algarvios, tem havido uma grande pressão de doentes com Covid-19 «completamente assintomáticos», o que dificulta a assistência aos que realmente precisam de tratamento urgente.
«As pessoas que recorrem às Urgências que são verdes e azuis [respetivamente, casos pouco e não urgentes, segundo o método de triagem de Manchester] e que não tinham qualquer referência para cá vir, ainda constituem 46% das pessoas que nós atendemos neste serviço».
«Enquanto estivermos assim, as Urgências nunca podem dar a melhor resposta. E tudo porque as pessoas não procuram os serviços corretos. Existe o atendimento dos serviços respiratórios dos centros de saúde a funcionar, existe o médico de família, existem sítios próprios para fazer testes. Portanto, vir para uma urgência hospitalar para vir fazer um teste à Covid quando a pessoa está assintomática não é uma boa prática», defendeu Ana Varges Gomes.
Esta corrida de doentes Covid assintomáticos às urgências tem a ver, por um lado, com «o não funcionamento da linha Saúde 24», mas também com uma noção errada que muitas pessoas têm, a de que é preciso ir às urgências para poder ter baixa.
«O hospital não passa baixa nas urgências. Não vale a pena virem para a urgência a pensar que vão ter baixa, não vai acontecer», assegurou Ana Varges Gomes.
A sugestão da presidente do CA do CHUA é que os utentes «vão logo ao médico de família», que é quem pode passar baixas e referenciá-los para o serviço adequado.
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