Novos tesouros arqueológicos para descobrir, “acabadinhos” de desenterrar, uma componente internacional reforçada, caminhadas, gastronomia e animação, com previsões de tudo se passar em modo “normal”. Se se juntar a espécie de “prequela” que será o grande evento que uma associação mundial de reformados do exército, temos os ingredientes para mais uma edição do Walking Festival Ameixial, que vai decorrer no último fim-de-semana de Abril nesta aldeia serrana do concelho de Loulé.
Dois dos principais rostos deste festival, o empresário de turismo sustentável João Ministro, da ProActive Tur, e Pedro Barros, um dos arqueólogos responsáveis pelo Projeto Estela, estiveram à conversa com o Sul Informação e levantaram o véu sobre o que vai ser a próxima edição do evento.
O Festival de Caminhadas do Ameixial será marcado, desde logo, por um regresso à normalidade possível.
«Estamos a contar fazer um evento normal, como antes da pandemia. Vamos ter as caminhadas, os comes e bebes e a animação, como é habitual», referiu João Ministro.
A grande novidade é que, em 2022, o festival terá uma programação mais rica do ponto de vista internacional, em grande medida graças à parceria que a organização do evento tem com a Associação de Caminhadas do Algarve, que tem ajudado a internacionalizar ainda mais o Ameixial como destino para os amantes de pedestrianismo, na qualidade de único membro de Portugal da IVV – International Federation of Popular Sports, uma federação internacional de clubes de caminhadas e de outros desportos .
«Desde 2018 que temos no WFA as chamadas Caminhadas IVV, organizadas pelo Charles Pauwels e pelo clube. A novidade, no ano que vem, é que o festival em si terá o selo da federação, que também já foi associado aos percursos permanentes que existem aqui na freguesia», explicou o organizador do festival.
«Desta forma, a partir do ano que vem, qualquer associado da IVV que queira vir cá pode participar nas caminhadas do festival e ter direito a um carimbo numa espécie de passaporte que eles têm, onde acumulam pontos ou quilómetros. Antes, era só nas iniciativas da IVV durante o festival. Agora qualquer uma das caminhadas dá direito ao selo», acrescentou.

Outra vertente importante do Festival de Caminhadas do Ameixial é a ligada ao património.
«Vamos continuar a revelar todo o património, não só arquitetónico, arqueológico e etnográfico, mas também um pouco aquilo que foi feito, nos últimos dois anos, ao nível da investigação arqueológica, nomeadamente as escavações que foram realizadas nas antas do Ameixial e em duas necrópoles da Idade do Ferro», explicou Pedro Barros.
A campanha em causa foi promovida pela Câmara de Loulé, no âmbito do PADRE, «e deu resultados muito interessantes, que serão revelados em algumas das nossas caminhadas».
Para isso, a equipa de arqueologia que esteve a realizar os trabalhos «vai ser convidada para estar cá durante o festival».

Antes do WFA ter lugar, e também graças à filiação da Associação de Caminhadas do Algarve na federação internacional, uma outra associação, a IML, um clube internacional de caminhadas que é parceiro da IVV, realizará um grande evento internacional no Ameixial.
«A IML vem fazer um evento em Março. Esta é uma associação internacional que junta malta reformada do exército, que tem associados em muitos países», enquadra João Ministro.
Em 2022, o evento principal desta associação «será aqui no Ameixial. As inscrições já estão abertas e certamente teremos aqui dezenas de pessoas de vários países, em Março».
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