Dragagem da Barra de Tavira e das Quatro Águas começa na próxima semana

O desassoreamento da barra e canais adjacente é uma velha reivindicação da comunidade náutica de Tavira

Foto: Rúben Bento | Sul Informação

A há muito aguardada dragagem da barra de Tavira, do canal de acesso ao Porto de Tavira e das Quatro Águas foi, finalmente, adjudicada no dia 13 de Setembro e os trabalhos vão começar já «na próxima semana».

A empreitada de dragagem de manutenção do Porto de Tavira tem um prazo de execução de dois meses e «contempla a dragagem de 63.000 metros cúbicos de sedimentos de constituição predominantemente arenosa provenientes da barra, canal de entrada e zona interior, que inclui a zona das Quatro Águas e a Doca de Recreio», segundo a Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM), a dona da obra.

«Já na próxima semana serão iniciados os trabalhos previstos, primeiro com o levantamento completo da batimetria nas zonas de intervenção, ação após a qual decorrerão as dragagens sequencialmente nas diversas zonas referidas», acrescentou a mesma entidade.

Os sedimentos que forem retirados das zonas de intervenção vão ser repostos na costa oceânica, «sendo que a maior parte destes será colocada na deriva litoral, alimentando as praias e combatendo a erosão costeira».

Esta obra representa um investimento total de meio milhão de euros, «proveniente integralmente do Orçamento do Estado de 2021».

A dragagem na barra de Tavira e nos canais adjacentes é uma velha reivindicação da comunidade piscatória local, mas também das embarcações marítimo-turísticas, que se queixam de falta de condições de trabalho e de segurança.

Ao longo dos últimos anos, o tema foi levado por diferentes partidos à Assembleia da República, nomeadamente pelo PCP e Bloco de Esquerda.

Estes partidos, após contactos com a comunidade local, denunciaram a necessidade «frequente» de fechar a barra de Tavira, impedindo a saída de embarcações de pesca, com os prejuízos que daí decorrem para os profissionais do setor.

Também as empresas marítimo-turísticas são prejudicadas, «seja na medida em que coloca em perigo as embarcações, como, mais grave, na segurança das tripulações e dos passageiros», nas palavras do Bloco de Esquerda, numa pergunta que dirigiu ao Governo, no início de 2019.

Nessa altura, estavam a decorrer dragagens no Rio Gilão, lançadas no final de 2018 pela Docapesca e que permitiram melhorar as condições de navegabilidade e de segurança do canal, mas também instalar novas plataformas de acesso ao cais, entre o Mercado da Ribeira e a Ponte dos Descobrimentos.

No entanto, esta intervenção não se prolongou até à foz do Gilão, nem incidiu sobre as Quatro Águas e a barra, tendo em conta que a jurisdição sobre esta área pertence à DGRM.

Em 2018, revelou ao Sul Informação o então presidente da Câmara de Tavira, estariam a decorrer os estudos prévios para as dragagens na barra e zonas adjacentes.

Foi preciso esperar até Junho de 2021 para ver lançado o concurso para a obra e mais alguns meses para que esta avançasse no terreno.

«Esta empreitada é mais um passo no cumprimento do Plano Plurianual de Dragagens produzido pela DGRM em parceria com o LNEC, no sentido do melhoramento das condições de navegabilidade e acessibilidade ao porto de Tavira», concluiu a DGRM.

 

 

 



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