Lourenço veio de Almada, Carolina de Tavira e Madalena de Salvaterra de Magos. Esta segunda-feira, 30 de Agosto, apesar das diferentes naturalidades, todos saíram de Alcoutim com o mesmo sentimento de missão cumprida. A 4ª edição do #SummerCEmp transformou, nos últimos dias, a vila de Alcoutim no centro do debate do futuro da União Europeia.
Sessões, debates, exercícios e dinâmicas em equipa, centradas na Europa, bem como conversas diretas e improváveis com os atuais líderes de opinião a nível nacional e europeu.
Ao longo de três dias, a 4ª edição do #SummerCEmp reuniu 32 jovens universitários e contou com cerca de 70 oradores, moderadores e mentores, em quase 40 sessões.
Os participantes tiveram o privilégio de conversar com Mariana Vieira da Silva, ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, num sunset, no Castelo de Alcoutim, ou com Mário Centeno, governador do Banco de Portugal, que, tendo raízes neste concelho do interior algarvio, falou sobre ser alcoutinense.
Também houve gravações de podcasts, debates, sessões de mentoria com sete mentores, um passeio de kayak pelo rio Guadiana, desporto ou a tirolesa que une Portugal à vizinha Espanha e que conquistou todos os jovens que nela se arriscaram a descer.
Para os participantes, ouvidos pelo Sul Informação, o seu papel foi importante na discussão de assuntos e fizeram dos colegas desta aventura amigos com os quais vão guardar memórias de um fim de semana diferente em Alcoutim.
Lourenço Teodoro, de Almada, foi um dos jovens que participou neste #SummerCEmp. Aconselhado por um amigo a candidatar-se, o estudante de Engenharia Informática e de Computadores revelou ao nosso jornal que «a experiência foi fantástica e as expectativas que trazia foram mais que superadas».
«Tive bastante sorte em ter sido selecionado para estar aqui», exclamou.
«Esta é uma oportunidade que não se consegue em mais lado nenhum e estou a tentar absorver tudo o que é dito, debatido, falado, conversado. Estas sessões dão-me conhecimento da abrangência de áreas de enfoque da União Europeia de que não tinha conhecimento», explicou Lourenço Teodoro.
Já Carolina Mascarenhas, natural de Tavira, salientou que, apesar de o evento ter sido «intenso em termos físicos e também em termos intelectuais», houve dois momentos que a marcaram: o encontro com Margaritis Schinas, vice-presidente da Comissão Europeia, «em que ele nos falou sobre abraçarmos a cidadania europeia, tendo feito referência à frase “Na diversidade é que há união”», e outro com João Vale de Almeida, embaixador da UE no Reino Unido, «que disse que a União Europeia é uma imperfeição que é perfeita».
A estudante de Desenvolvimento e Cooperação Internacional salientou que «é importante haver um espaço como este para aproximar os jovens dos líderes de opinião: sem dúvida, eles demonstram-nos que é possível trabalhar lá [na Comissão Europeia], se tivermos a ambição e a vontade».
«Este #SummerCEmp demonstra que os jovens não são o futuro, mas sim o agora», disse a estudante.
«Nós agora também podemos tomar decisões e fazer a diferença, quer seja de uma maneira mais formal, através por exemplo de um partido político, quer seja de uma forma mais informal, como o voluntariado, aproximando-nos de movimentos e causas», acrescentou Carolina Mascarenhas.
João Lopes, apesar de ser estudante de Engenharia Física e Tecnológica, sempre teve interesse por política, o que o levou a candidatar-se a esta escola de Verão da Comissão Europeia em Portugal.
Com poucas expectativas, João Lopes veio para o #SummerCEmp para «partilhar e debater ideias» e acabou por sair contente.
«Tivemos aqui bastantes momentos interessantes e descontraídos», considerou o estudante, falando ainda dos vários amigos com os quais «já estamos a combinar coisas para fazermos quando regressarmos a Lisboa».
Este #SummerCEmp «marca-me, pois vejo que esta geração se interessa por assuntos europeus» e «levo daqui a mensagem de que a Europa está cada vez mais presente no nosso dia a dia», acrescentou.
Também Madalena Neves se candidatou por sentir «que, em Portugal, há falta de espaço para debates entre os jovens».
«Há um grande desinteresse e esta é a oportunidade fantástica para colmatar essa falha, mesmo que seja com jovens já interessados».
A estudante, natural de Salvaterra de Magos, realçou que «uma das marcas deste #SummerCEmp foi podermos estar mais próximo dos oradores e dos mentores com os quais podemos tirar dúvidas, fazer perguntas e falar sobre temas que nos interessam».
Este #SummerCEmp «foi maravilhoso, foi aquilo que nós quisemos que fosse», confidenciou Rita Fortunato Baptista, responsável pela coordenação do evento, ao Sul Informação, realçando que foi «intenso, dinâmico, um fazedor de pontes entre pessoas com opiniões muito diferentes, com olhares críticos sobre o projeto europeu de várias gerações, de vários pontos do país».
Apesar de diferente devido à pandemia de Covid-19, «os nossos 32 participantes dão-nos um feedback muito positivo e, além de mais, sentem que realmente é a primeira vez depois de um ano e meio, dois anos de pandemia, que conseguem realmente estar a conversar com pessoas que não conheciam sobre temas que lhes interessam».
O #SummerCEmp 2021 reuniu «um grupo muitíssimo divertido e foi agradável estar com estes jovens», começou por revelar Sofia Colares Alves, neste que será o seu último evento enquanto representante da Comissão Europeia em Portugal.
«Foi um sucesso e um evento cheio de debates muito interessantes. Abordámos tópicos muito diferentes como a igualdade, a cidadania, o ambiente, o território, o interior, a mobilidade, a cultura, o desporto, entre muitos outros temas».
Para Sofia Colares Alves, este foi «um grupo extremamente interessado, com jovens de todo o país, inclusive das ilhas, mas também diverso em termos de estudos o que, com as suas experiências, trouxe diferentes perspetivas para o debate».
O evento esteve para ser cancelado devido à pandemia de Covid-19, mas, com o aliviar das restrições pelo Governo, seguiu em frente, tendo adotado as plataformas online como recurso para receber alguns dos oradores nas sessões.
«Este modelo do #SummerCEmp funcionou muito bem. Experimentámos algumas coisas novas sobre as quais agora temos de refletir, mas os feedbacks que estamos a receber dos participantes e dos oradores estão a ser muito bons», contou Sofia Colares Alves.
Pela primeira vez na região algarvia, mais precisamente em Alcoutim, depois de ter passado por Monsanto (2017), Marvão (2018) e Monsaraz (2019), não fica descartada a possibilidade do evento voltar a ser organizado no Algarve: «desafio a região a que nos indique uma nova alternativa para o ano. Se surgir a possibilidade, com muito prazer que voltaremos cá», concluiu Rita Fortunato Baptista.
Fotos: Rúben Bento | Sul Informação
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