Câmara de Silves concluiu as obras de restauro e conservação da torre 4 da Almedina

As muralhas da Almedina de Silves, que mantêm 17 das torres que a compunham, são um dos cinco monumentos nacionais que a cidade possui

Já foram concluídas as obras de restauro e conservação da muralha adjacente à torre 4 da Almedina, em Silves, uma intervenção promovida pela Câmara Municipal que teve a duração de dois meses.

Os trabalhos consistiram «no preenchimento de juntas e de reposição de material pétreo na área em que a muralha havia sido cortada, aproveitando-se para rebocar o muro adjacente, construído aquando do corte, numa clara tentativa de melhorar o seu estado de conservação mas, simultaneamente, diferencia-lo do que é realmente muralha», revelou a Câmara de Silves.

Foi ainda «retocado o capeamento em argamassa que consolidava a base da torre confinante».

A finalização das áreas rebocadas – muro e base da torre – foi feita «com recurso a caiação, optando-se por uma cor areia no muro que não integra o sistema defensivo e uma tonalidade aproximada à cor do grés na base da muralha, precisamente para se diferenciar o que é património histórico do que é desprovido desse valor».

A intervenção foi desenvolvida pelos setores de Conservação e Restauro e Pedreiros da Câmara Municipal de Silves.

As muralhas da Almedina de Silves, que mantêm 17 das torres que a compunham, são um dos cinco monumentos nacionais que a cidade possui e a «sua presença na paisagem urbana e periurbana, um dos testemunhos mais marcantes dos cinco séculos de permanência e domínio muçulmano deste território».

 

Contextualização histórica e enquadramento da intervenção

«A muralha da Almedina de Silves cercava e defendia a cidade alta em toda a sua extensão, havendo notícia da sua existência desde o século X. Construída em taipa militar muito resistente, integra várias torres albarrãs (destacadas do pano de muralha) e outras tantas adossadas, tendo sido alvo de várias remodelações ao longo dos tempos permanecendo, no entanto, vestígios significativos do que seria o seu traçado em época Almóada (séculos XII-XIII).

Esta cintura amuralhada oferece um perímetro de cerca de 6,5 hectares e era servida por três portas posicionadas a nascente, a poente e a sul, havendo destas testemunhos em gravuras, fotografia e no registo arqueológico.

Sendo propriedade do Estado, foi uma parcela cedida à Câmara Municipal no final do século XIX, com um objetivo aparentemente nobre, o da construção do edifício da Câmara Municipal, mas que acabaria por ditar a sua sentença de morte.

A construção do novo edifício eliminou parte significativa da muralha: o tramo que ligava a grande torre posicionada hoje atrás do quiosque municipal da Praça do Município às portas da cidade (Torreão) e o segmento que fazia a inflexão de norte para sul na zona onde hoje se abre a Travessa Pintor Bernardo Marques.

A amputação do tramo supra referido, junto à torre 4 da Almedina, foi então reforçado por um muro construído em alvenaria de pedra, e a zona do corte da muralha, preenchida por capeamento realizado com pequenos blocos de grés de Silves.

A área ficou sempre muito fragilizada levando a que, ao longo dos tempos, houvesse necessidade de reforços pontuais, alguns deles com recurso a técnicas pouco adequadas, como a grande mancha preenchida com cimento que se observa na parte superior do corte».

 

Fotos: Câmara de Silves

 

 



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