Até Março, 7,7% dos algarvios já tinha anticorpos contra a Covid-19

A seroprevalência, a nível nacional, era de 15,5%

Foto: Pedro Lemos | Sul Informação – Arquivo

7,7% da população algarvia tinha, até Março, anticorpos contra a Covid-19, de acordo com os dados do segundo inquérito serológico divulgados esta segunda-feira, 18 de Maio, pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA).

A região algarvia é aquela que tinha, até esse mês, menor prevalência de anticorpos, em Portugal Continental, o que se deve, por exemplo, ao facto de ter tido menos casos de Covid-19.

Madeira (6,2%) e Açores (5,8%) também tinham menos pessoas com anticorpos, ao passo que as regiões Norte (16,6%), Centro (15,7%), Lisboa e Vale do Tejo (16,5%) e Alentejo (15,9%) foram aquelas onde se observou maiores prevalências.

A seroprevalência, a nível nacional, era de 15,5%.

Segundo o INSA, o «aumento da imunidade contra a Covid-19 na população residente em Portugal, devido ao crescimento da incidência de observado desde Outubro de 2020, é uma das principais conclusões do relatório de apresentação dos resultados da segunda fase do Inquérito Serológico».

«Ainda assim, deve ser prestada particular atenção aos grupos etários e regiões menos afetadas pela pandemia e por isso com menores níveis de seroprevalência adquirida na sequência de uma infeção anterior». O grupo etário onde há menos imunidade é dos 70 aos 79 (8,9%).

«O maior número de pessoas suscetíveis nestes grupos, contribuí para que possam ter um maior risco de infeção, sendo por isso grupos aos quais deve ser prestada especial atenção na implementação do Plano de Vacinação contra a COVID-19», diz o INSA.

Em relação à primeira fase do Inquérito Serológico Nacional (Maio-Julho 2020), «destaca-se também a menor diferença entre a seroprevalência estimada e a incidência de COVID-19, o que indica um aumento da capacidade de diagnóstico de COVID-19 no país, com consequente decréscimo da fração de infeções não diagnosticadas, estando estes resultados em concordância com o progressivo aumento de testagem observado em Portugal nos últimos meses».

Ainda de acordo com este relatório, os resultados mostram que as duas doses da vacina dão uma «elevada proporção de pessoas com anticorpos específicos para o SARS-CoV-2 (98,5 %)».

Já os anticorpos baixam «três meses após infeção ou contato com caso suspeito ou confirmado de COVID-19, o que sugere a possibilidade de decréscimo de anticorpos ao longo do tempo, cujo efeito na duração da proteção contra a infeção deve ser avaliado em estudos específicos».

«Esta hipótese justifica a atual opção de vacinar as pessoas previamente infetadas por SARS-CoV-2, apesar desta diminuição e mesmo ausência de anticorpos detetáveis poderem não corresponder a uma total ausência de proteção, dado o papel da memória imunitária e da manutenção de mecanismos de imunidade celular», diz o INSA.

Outro dos resultados da segunda fase deste inquérito «sublinha que o risco de infeção por SARS-CoV-2 na população com idade inferior a 20 anos não parece ser inferior ao da população adulta, tendo em conta a ausência de diferenças na seroprevalência contra SARS-CoV-2 entre crianças, jovens e jovens adultos».

Desenvolvido e coordenado pelos departamentos de Epidemiologia e de Doenças Infeciosas do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), em parceria com a Associação Nacional de Laboratórios Clínicos, Associação Portuguesa de Analistas Clínicos e com 33 Unidades do Serviço Nacional de Saúde, a segunda fase do inquérito analisou uma amostra de 8.463 pessoas residentes em Portugal, recrutadas entre 1 de fevereiro e 31 de março de 2021.

Este estudo permitiu dar continuidade ao primeiro inquérito realizado entre Maio e Julho de 2020 e que estimou uma seroprevalência global de 2,9% de infeção pelo novo coronavírus na população residente em Portugal, não tendo sido encontradas diferenças significativas entre regiões e grupos etários.

O relatório completo pode ser lido aqui.

 



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