Faro teve “um mar de balões por justas reivindicações” dos enfermeiros

«Os enfermeiros estão na linha da frente, só os salários deles é que estão na linha de trás», disse Nuno Manjua, dirigente do SEP

“Um mar de balões por justas reivindicações” foi o mote que juntou, na manhã de hoje, dia 19 de Abril, cerca de duas dezenas de elementos do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) num protesto junto à Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, em Faro.

Mil balões brancos, estampados com a mensagem “Apoio os Enfermeiros”, foram distribuídos pelos sindicalistas no Parque de Lazer das Figuras, para reivindicar a valorização do trabalho e as progressões na carreira destes profissionais de saúde.

«Estamos aqui pela valorização de todos os enfermeiros, pela justa progressão que foi prometida, quer pelo presidente da ARS Algarve, quer pelo Centro Hospitalar Universitário do Algarve, ainda em 2019. E, portanto, temos cerca de 500 enfermeiros à espera de progredir para a segunda posição da carreira», realçou Nuno Manjua, dirigente do SEP, em declarações ao Sul Informação.

«Como se não bastasse, agora o Centro Hospitalar Universitário do Algarve teve uma reunião com os enfermeiros de Lagos e disse que aqueles que já tinham progredido, em Setembro de 2019, vão regredir da segunda para a primeira posição», acrescentou.

Segundo Nuno Manjua, o CHUA diz «estar a ser pressionado pelo Ministério da Saúde para tomar esta deliberação».

No entanto, «o que conta é o compromisso assumido entre o Centro Hospitalar do Algarve e os enfermeiros. O centro tem a autonomia técnica para tomar a decisão e, portanto, nós temos de os responsabilizar e ao Ministério da Saúde. Pelos vistos, acham que os enfermeiros que têm um contrato individual de trabalho valem menos do que os colegas que têm um contrato de trabalho em funções públicas».

«Para nós, o vinculo não importa quando se trata de prestar cuidados aos doentes, sejam Covid ou não Covid. E, portanto, é mais do que justa a valorização, independentemente do vínculo», salientou o sindicalista.

Há mais de um ano a trabalhar no combate à pandemia, alguns enfermeiros veem-se agora confrontados com um problema: a regularização dos vínculos precários.

«Temos cerca de 100 enfermeiros no Algarve com contrato por mais 4 meses e a termo incerto, que correm o risco de, finda a pandemia, serem postos na rua, o que é inaceitável. O Algarve já tinha falta de enfermeiros, mesmo antes da pandemia, e agora as necessidades aumentaram. Os colegas estão perfeitamente integrados e, portanto, aquilo que queremos é que passem a contrato sem termo», realçou Nuno Manjua.

«Os enfermeiros estão na linha da frente, só os salários deles é que estão na linha de trás», concluiu.

 

Fotos: Rúben Bento | Sul Informação

 

 

 

 



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