Cotação do petróleo: Como afeta a bolsa e quais as perspetivas

As notícias já nos habituaram a acompanhar a subida e descida do preço do petróleo mas
quais são as implicações reais destas mudanças?

Apesar de muitas vezes não nos apercebemos que a cotação do petróleo tem um impacto direto nas nossas vidas – inflacionando o preço dos seus derivados como o gasóleo, a gasolina ou até a eletricidade – mas também tem um impacto na economia assim como no mercado de ações.
A cotação do petróleo é o seu preço num determinado momento e no mercado onde está a ser transacionado. Este preço é o resultado entre a oferta e a procura desta commodity no mercado internacional, onde é transacionado num ambiente de bolsa (ou seja, com cotação ao segundo) e através da medida de quantidade de dólares por barril de petróleo.
Geralmente, o valor do fecho do dia é o valor atribuído à cotação do dia.
No mercado de commodities os dois tipos de petróleo mais acompanhados – e que servem de guia para os mercados internacionais – são o Brent Crude Oil e o West Texas Intermediate (WTI). Em Portugal, e na maioria dos países europeus, o primeiro serve de referência por ser negociado na bolsa de Londres enquanto o WTI – que é de origem americana – é negociado na bolsa de Nova Iorque. Ambos estes tipos de petróleo, tendencialmente, seguem a mesma correlação e a mesma tendência de preços.
Como já referido, a cotação do petróleo é o preço de equilíbrio entre quem quer vender e quem quer comprar logo os principais produtores têm um controle enorme nesta situação pois conseguem limitar a oferta obrigando a um aumento do preço.

Muitas vezes não nos apercebemos do impacto que a cotação do petróleo tem na nossa vida mas de forma muita rápida conseguimos aperceber que esse impacto é enorme: se um aumento na cotação de um barril de petróleo faz com que os seus derivados também aumentem de valor, isso significa que também haverá um aumento de preços nesses derivados.
Assim, o setor que mais sofre é o setor dos transportes, o que pode resultar em inflação nos produtos. Por outro lado, dada a grande dependência do setor energético português em combustíveis fósseis também pode levar a um aumento generalizado do custo de vida.
Ao contrário do que muitas vezes se acredita, embora a queda do preço do petróleo tenha impacto na bolsa – essa correlação entre o mercado de ações e a cotação do petróleo não é muito significativa, mesmo na bolsa Americana – porque, com a terciarização das economias, a dependência em petróleo tem vindo a diminuir.

Surpreendentemente, o ano de 2021 parece promissor para a cotação do petróleo, o Brent, por exemplo, iniciou o ano a bater em máximos dos últimos anos e é esperado que mantenha esta performance ao longo deste ano pois devido à pandemia e com a paragem de muitas indústrias os maiores produtores de petróleo estão a limitar a produção, de forma a conter perdas. O aumento do preço do barril serve como motor da bolsa e o seu progresso pode gerar confiança no mercado em geral e servir de apoio à retoma pós-pandemia.
Hoje em dia, qualquer pessoa pode investir em contratos de futuros (CFDs) de petróleo e aproveitar a volatilidade que o mercado de commodities apresenta. Por exemplo, entre março 2019 e março 2021 o preço médio do barril de petróleo Brent tem cotação média de 52,83$ com um valor máximo de 75,60$ e um valor mínimo de 15,98$.

A tendência para o ano de 2021 será de aumento, ou no mínimo de estagnação do preço do petróleo, pois com a retoma das indústrias pós-pandemia os produtores irão aproveitar para escoar stocks acumulados antes de retomar os níveis normais de produção. No que toca às implicações reais desta estratégia, acredita-se que não há de haver consequências diretas pois, em paralelo, os governos vêem-se obrigados a estimular a economia através de políticas fiscais e monetárias que acabam por anular o impacto do aumento da cotação do petróleo, pelo que podemos estar descansados nesse sentido.

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