José Apolinário, o primeiro presidente eleito da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve, conta que «ao longo de 2021, haja uma resposta clarificadora, em termos do Hospital Central do Algarve», nomeadamente sobre em que moldes e quando poderá, efetivamente, avançar.
O recém-empossado responsável máximo pela entidade que, entre muitas outras competências, gere os fundos europeus destinados ao Algarve, garantiu aos jornalistas que este é um assunto que tem estado na ordem dos dia nas reuniões que tem mantido com os autarcas da região.
«Estamos a trabalhar em conjunto com os autarcas e queremos que haja uma clarificação do dossier do Hospital Central do Algarve em 2021», disse José Apolinário, numa conferência de imprensa que serviu para fazer o balanço da aplicação dos Fundos da União Europeia na região, mas também para projetar o futuro.
Esta foi a resposta repetida, por diversas vezes, pelo presidente da CCDR, quando questionado sobre o novo Hospital Central. Para já, Apolinário não se compromete em apelidar esta obra como prioritária ou dizer como poderá ser paga – «as fontes de financiamento ainda terão de ser estudadas».
O que parece ser certo é que este é um tema que os autarcas não esquecem, pelo que é expectável que continue na ordem do dia. Afinal, faz hoje 3 meses que José Apolinário foi eleito presidente desta entidade, numas eleições inéditas, em que o colégio eleitoral foi composto por todos os eleitos para as Câmaras Municipais, no poder e na oposição, e pelos elementos das Assembleias Municipais, incluindo os presidentes de Junta de Freguesia.
José Apolinário não escondeu que tem de «responder ao colégio eleitoral» e ouvir os seus anseios.
Já a preparação do próximo Quadro Comunitário de Apoio, tem sido feita em conjunto com os municípios, mas também com empresas e com as associações empresariais. O grande objetivo é que a aplicação dos fundos europeus que chegarão entre 2021 e 2027 «contribuam, de facto, para a diversificação da base económica do Algarve».
«Estamos a trabalhar com a AMAL, que tem um trabalho em curso, mas também com as associações empresariais e áreas setoriais, para reforçar a nossa resposta na área do mar, da eficiência energética e energias renováveis, da agroindústria e da biotecnologia, do envelhecimento ativo e saudável, na área do emprego verde e no das indústrias criativas e culturais», explicou o presidente da CCDR do Algarve.
Estas são as áreas prioritárias nos próximos anos e para o qual será canalizado o dinheiro que virá da União Europeia. E serão muitos, bem mais do que tem sido habitual, os euros que chegarão da Europa, com destino ao Algarve. Desde logo, a famosa “Bazuca” dos 300 milhões, que terá de ser usada para recuperar a economia algarvia e para garantir que a região se torna menos dependente do setor turístico e, como tal, mais resistente a crises.
A esta verba juntar-se-á outra semelhante, também na ordem das três centenas de milhão de euros, referente ao próximo Programa Operacional do Algarve. Por outro lado, haverá dinheiro proveniente de programas geridos a nível nacional e até a nível europeu.
«Queremos trabalhar, ao longo deste ano, para que, no período de 2021 a 2027, a região possa ter uma duplicação dos fundos europeus aqui aplicados, seja nas atividades económicas, nas atividades dos municípios ou nos investimentos públicos», disse aos jornalistas José Apolinário.
Na prática, isto significará que a região terá acesso a «cerca de 1200 milhões de euros» de fundos europeus no próximo período de financiamento.
«Em relação aos projetos que resultem do Plano de Recuperação e Resiliência e dos programas transfronteiriços, a nossa perspetiva é procurar integrar, na região, o máximo de projetos e conseguir o máximo de financiamento para iniciativas que melhorem a vida das pessoas que vivem no Algarve e melhorem a resiliência da região», concluiu José Apolinário.
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