OCDE melhora previsões do PIB para Portugal com queda de 8,4% este ano

Nas últimas previsões, em Junho, a OCDE previa uma queda do PIB de 9,4% em 2020

A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) melhorou hoje a previsão para a economia portuguesa para este ano, prevendo uma quebra do Produto Interno Bruto (PIB) de 8,4% em 2020.

Nas previsões económicas hoje divulgadas, a OCDE estima um crescimento do PIB de 1,7% em 2021 e de 1,9% em 2022.

Nas últimas previsões, em Junho, a OCDE previa uma queda do PIB de 9,4% em 2020, pelo que melhorou a sua perspetiva.

Para este ano, o Governo estima uma queda do PIB de 8,5% e para 2021 estima um crescimento de 5,4%.

Segundo a OCDE, a recuperação da economia da atual crise provocada pela pandemia da Covid-19 será suportada pelo consumo.

Depois disso, segundo a organização, poderá haver uma recuperação mais ampla, com a retoma dos setores mais afetados pela crise, como os do turismo e do alojamento, e «assumindo que a situação sanitária melhora com o desenvolvimento de uma vacina eficaz».

A taxa de desemprego continuará a subir em 2021, para os 9,5%, e continuará acima do nível pré-crise em 2022.

A dívida pública (de acordo com a definição de Maastricht) deverá atingir os 139% do PIB em 2022, com a OCDE a prever que o défice recupere à medida que a recuperação da economia avance e as medidas extraordinárias de apoio sejam retiradas.

Segundo a OCDE, para evitar o descarrilamento da recuperação, o retorno da prudência orçamental só deverá ocorrer após o ritmo da recuperação estar consolidado.

«A ampliação dos programas de aprendizagem ao longo da vida e o fortalecimento da aprendizagem baseada no trabalho podem facilitar a realocação dos trabalhadores na economia», refere.

De modo a combater a tendência que prevê para o desemprego, a OCDE admite que trabalhadores do setor do turismo possam ter de encontrar alternativas em setores com maior procura.

A organização avisa também sobre a recuperação «desigual» entre os vários setores, referindo que a «elevada incerteza sobre a evolução da pandemia e o elevado peso do turismo no PIB» são fatores que penalizam a capacidade de recuperação económica de Portugal e que não serão superados antes de haver vacinas no mercado.

A instituição alerta ainda para recuperação mais «lenta» do setor do turismo do que havia sido antecipado e avisa que um crescimento económico débil poderá «agravar os efeitos secundário no setor financeiro através do aumento significativo do crédito malparado».

Já uma rápida e eficaz «absorção» dos fundos europeus que serão colocados à disposição do país poderá melhorar o cenário, refere.

A OCDE sinaliza que o número de infeções diárias em Portugal está outra vez a aumentar rapidamente e que o Governo impôs medidas para travar o avanço da pandemia, como a limitação de ajuntamentos acima de cinco pessoas, uso obrigatório de máscara em todos os locais públicos e incentivo ao teletrabalho.

 

 



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